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Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2010 às 23h58.
Caracas - A crise no abastecimento de energia elétrica persiste na Venezuela, apesar da chegada das chuvas e dos racionamentos impostos pelo governo. Segundo os técnicos, os esforços empregados para incorporar novos sistemas de geração e transmissão de energia são insuficientes.
Através de um decreto de "emergência elétrica", que foi ampliado na quinta-feira por, pelo menos, mais dois meses, o governo do presidente Hugo Chávez aplica multas a empresas e usuários particulares que não reduzem o consumo, além de realizar cortes programados no fornecimento de energia em diversos pontos do país, embora não na capital.
O objetivo: enfrentar o esvaziamento continuado da represa de El Guri (sul), responsável por 73% do abastecimento no país, com o nível aproximando-se da "zona de emergência".
Nos últimos dias, com a chegada da chuva, o nível de El Guri ainda está baixo, mas vem trazendo esperanças, juntamente com as medidas tomadas", explicou o presidente da estatal Edelca, Igor Gavidea. No entanto, o "esforço de geração e transmissão não foi satisfatório", comenta por sua vez José Manuel Aller, engenheiro eletricista e professor da Universidade Simón Bolívar.
"Apostamos na chegada das chuvas e a energia termelétrica não aparece", criticou por sua vez Miguel Lara, ex-diretor do Departamento de Operação do Sistema Interconectado, que leva eletricidade das represas a toda a Venezuela.
O governo venezuelano se propôs a instalar, em 2010, um total de 5.900 megawatts de geração termelétrica até o final de 2010, com um investimento de 5,9 bilhões de dólares. Enquanto isto não acontece, o impacto desta crise se reflete em importantes perdas para o setor produtivo do país.
O presidente do Consecomercio, Fernando Morgado, estimou que as vendas, no setor comercial, terão uma redução de 10% no primeiro trimestre de 2010, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Além disso, a decisão do governo de prolongar o feriado da Semana Santa para diminuir o consumo elétrico foi criticada pela associação patronal Fedecámaras, que calculou em 7,5 milhões de bolívares (US$ 2,82 milhões) as perdas causadas pela medida.
"Os três dias de trabalho que foram perdidos darão um grande prejuízo ao país", disse Noel Alvarez, presidente do organismo. "O governo pediu sacrifício a todos os venezuelanos, mas precisamos que nos indique (...) qual será a forma e o tempo necessários para a solução do problema", explicou Morgado.