Crise econômica não atingiu a agropecuária, diz André Nassar
O secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura falou sobre as perspectivas para a agropecuária nos próximos anos no EXAME Fórum Agronegócios
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2015 às 08h45.
São Paulo – A crise econômica é o melhor momento para abrir a discussão sobre o futuro do agronegócio no Brasil. Foi a partir dessa ideia que André Nassar, secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, começou sua fala no EXAME Fórum Agronegócios, que aconteceu hoje (26), em São Paulo.
Nassar foi como representante do Ministério da Agricultura, chefiado pela ministra Katia Abreu. Segundo ele, o setor agrícola no Brasil está bem estabilizado e não sofreu grandes rupturas em meio ao ambiente econômico instável.
“A crise afetou mais o orçamento do Ministério e, claro, ainda existe um reajuste em alguns produtos, como os fertilizantes. No entanto, tudo está voltando ao fluxo normal”, afirmou o secretário.
De acordo com ele, as perspectivas brasileiras para o agronegócio em 2016 são otimistas. A produção de grãos poderá crescer até 1,7% (213,5 milhões de toneladas) sobre 2015 e o PIB do setor agrícola pode crescer entre 1% e 1,5% sobre 2014.
As estimativas para 2015 eram de queda de 6% em valor, devido aos menores preços internacionais. No entanto, esperava-se um crescimento de 15% em volume. Já em 2016, a perspectiva é que o valor das exportações agrícolas volte a crescer.
Nassar acredita que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem um grande papel na realização dessas metas. “Nós queremos que a entidade tenha mais flexibilidade para trabalhar sozinha ou em parceria com negócios privados. Desse modo, o desenvolvimento de tecnologias para aumentar a produção de alimentos no Brasil será possível”, disse.
Outro foco da entidade está na sustentabilidade do agronegócio, segundo o secretário. “A Embrapa está investindo muito na lavoura, na pecuária, mas também na floresta.”
A longo prazo
Durante sua fala, Nassar apresentou uma variedade de dados sobre o futuro a longo prazo da agropecuária brasileira. Segundo ele, o Ministério da Agricultura espera que, até 2024 ou 2025, a produção de carnes tenha crescimento entre 31% e 54% sobre 2014 e a produção de grãos cresça entre 30% e 60% sobre 2014.
Para que isso se torne realidade, o secretário enumerou alguns desafios. O primeiro seria investir em logística e infraestrutura. “A irrigação e a eletrificação rural são extremamente importantes para o desenvolvimento e o crescimento da produção agrária”, afirma.
Além disso, ele também reforçou a necessidade do melhorar as rodovias, "principalmente no Norte e no Nordeste do Brasil, para que o transporte dos alimentos seja mais eficaz".
O segundo investimento, de acordo com Nassar, está relacionado ao aprimoramento da política agrícola na direção da gestão de risco. "Nós queremos empacotar tudo em apenas uma lei: o seguro de produtividade e custo, e o apoio ao produtor para utilizar mecanismos de proteção de preço", explicou.
Quando o assunto foi crédito rural, o secretário foi taxativo. "O grande problema é que os produtores querem mais dinheiro e, na nossa cabeça, o crédito rural não deve crescer mais do que a produção." Ele afirma que, atualmente, está saindo mais crédito para a agricultura e menos para a pecuária.
São Paulo – A crise econômica é o melhor momento para abrir a discussão sobre o futuro do agronegócio no Brasil. Foi a partir dessa ideia que André Nassar, secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, começou sua fala no EXAME Fórum Agronegócios, que aconteceu hoje (26), em São Paulo.
Nassar foi como representante do Ministério da Agricultura, chefiado pela ministra Katia Abreu. Segundo ele, o setor agrícola no Brasil está bem estabilizado e não sofreu grandes rupturas em meio ao ambiente econômico instável.
“A crise afetou mais o orçamento do Ministério e, claro, ainda existe um reajuste em alguns produtos, como os fertilizantes. No entanto, tudo está voltando ao fluxo normal”, afirmou o secretário.
De acordo com ele, as perspectivas brasileiras para o agronegócio em 2016 são otimistas. A produção de grãos poderá crescer até 1,7% (213,5 milhões de toneladas) sobre 2015 e o PIB do setor agrícola pode crescer entre 1% e 1,5% sobre 2014.
As estimativas para 2015 eram de queda de 6% em valor, devido aos menores preços internacionais. No entanto, esperava-se um crescimento de 15% em volume. Já em 2016, a perspectiva é que o valor das exportações agrícolas volte a crescer.
Nassar acredita que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem um grande papel na realização dessas metas. “Nós queremos que a entidade tenha mais flexibilidade para trabalhar sozinha ou em parceria com negócios privados. Desse modo, o desenvolvimento de tecnologias para aumentar a produção de alimentos no Brasil será possível”, disse.
Outro foco da entidade está na sustentabilidade do agronegócio, segundo o secretário. “A Embrapa está investindo muito na lavoura, na pecuária, mas também na floresta.”
A longo prazo
Durante sua fala, Nassar apresentou uma variedade de dados sobre o futuro a longo prazo da agropecuária brasileira. Segundo ele, o Ministério da Agricultura espera que, até 2024 ou 2025, a produção de carnes tenha crescimento entre 31% e 54% sobre 2014 e a produção de grãos cresça entre 30% e 60% sobre 2014.
Para que isso se torne realidade, o secretário enumerou alguns desafios. O primeiro seria investir em logística e infraestrutura. “A irrigação e a eletrificação rural são extremamente importantes para o desenvolvimento e o crescimento da produção agrária”, afirma.
Além disso, ele também reforçou a necessidade do melhorar as rodovias, "principalmente no Norte e no Nordeste do Brasil, para que o transporte dos alimentos seja mais eficaz".
O segundo investimento, de acordo com Nassar, está relacionado ao aprimoramento da política agrícola na direção da gestão de risco. "Nós queremos empacotar tudo em apenas uma lei: o seguro de produtividade e custo, e o apoio ao produtor para utilizar mecanismos de proteção de preço", explicou.
Quando o assunto foi crédito rural, o secretário foi taxativo. "O grande problema é que os produtores querem mais dinheiro e, na nossa cabeça, o crédito rural não deve crescer mais do que a produção." Ele afirma que, atualmente, está saindo mais crédito para a agricultura e menos para a pecuária.