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Crise afeta cotação de dívida brasileira

O mercado começou a embutir nos preços dos bônus brasileiros o aumento do risco

Petrobras: o maior temor é uma eventual perda do grau de investimento do Brasil (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2014 às 08h03.

São Paulo - A crise na Petrobras já começa a pesar nos títulos de dívida brasileiros, tanto os emitidos pelo governo quanto os das empresas privadas.

Com o receio de que a crise na estatal traga perdas financeiras para o governo, o mercado começou a embutir nos preços dos bônus brasileiros o aumento do risco.

O maior temor é uma eventual perda do grau de investimento do Brasil, nota de classificação de crédito considerada segura pelo mercado, caso o governo tenha de aportar recursos na petroleira.

"O mercado está fechado para a Petrobras e o impacto nos bônus brasileiros pode ser maior se o governo tiver de colocar recursos para que a empresa dê continuidade às suas operações e investimentos", disse o responsável por renda fixa da corretora Andbank, em Miami, Carlos Gribel.

"As agências de rating (classificação de risco) já vêm questionando os gastos públicos e deram um respiro para ver se o Brasil coloca suas contas em ordem. Uma eventual decisão de aporte de recursos aumenta a chance de o risco soberano ser rebaixado e os preços começam a mostrar esse temor", acrescentou Gribel.

Segundo ele, os bônus do Itaú com vencimento em 2023, considerados uma referência do risco corporativo brasileiro, caíram quase 2% de quinta-feira, um dia antes de a Petrobras confirmar que não divulgaria o balanço do terceiro trimestre, até ontem.

O papel da dívida soberana brasileira com vencimento em 2024, emitido recentemente, caiu 1,2%.

Gribel disse que os bônus da Petrobras não perderam o viés de baixa com a conferência com investidores realizada ontem. Mas observou que os comentários ajudaram a pelo menos sustentar os preços nos níveis de sexta-feira, 14.

"Todos estão basicamente na expectativa do balanço, para calcular o impacto dos números sobre os investimentos. Claramente, a Petrobras não vai atingir as metas de produção e não se sabe como ficarão os investimentos no pré-sal", afirmou.

Na conferência, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, informou que a companhia tem caixa para garantir a operação da estatal por pelo menos seis meses sem acessar nenhum mercado de dívida.

Barbassa disse ainda que a companhia precisa do aval dos auditores independentes nos resultados financeiros para realizar qualquer emissão internacional e que a estatal está correndo para obter uma carta dos auditores.

Dívida externa

O executivo da Petrobras admitiu que pode haver aumento da dívida externa se a companhia não entregar os números do terceiro trimestre, mesmo que não auditados, até o final do ano, conforme previsto nas cláusulas de obrigação de uma quantidade pequena de bônus emitidos lá fora.

A companhia estima que fará essa apresentação de resultado no dia 12 de dezembro, mesmo que não auditado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - A crise na Petrobras já começa a pesar nos títulos de dívida brasileiros, tanto os emitidos pelo governo quanto os das empresas privadas.

Com o receio de que a crise na estatal traga perdas financeiras para o governo, o mercado começou a embutir nos preços dos bônus brasileiros o aumento do risco.

O maior temor é uma eventual perda do grau de investimento do Brasil, nota de classificação de crédito considerada segura pelo mercado, caso o governo tenha de aportar recursos na petroleira.

"O mercado está fechado para a Petrobras e o impacto nos bônus brasileiros pode ser maior se o governo tiver de colocar recursos para que a empresa dê continuidade às suas operações e investimentos", disse o responsável por renda fixa da corretora Andbank, em Miami, Carlos Gribel.

"As agências de rating (classificação de risco) já vêm questionando os gastos públicos e deram um respiro para ver se o Brasil coloca suas contas em ordem. Uma eventual decisão de aporte de recursos aumenta a chance de o risco soberano ser rebaixado e os preços começam a mostrar esse temor", acrescentou Gribel.

Segundo ele, os bônus do Itaú com vencimento em 2023, considerados uma referência do risco corporativo brasileiro, caíram quase 2% de quinta-feira, um dia antes de a Petrobras confirmar que não divulgaria o balanço do terceiro trimestre, até ontem.

O papel da dívida soberana brasileira com vencimento em 2024, emitido recentemente, caiu 1,2%.

Gribel disse que os bônus da Petrobras não perderam o viés de baixa com a conferência com investidores realizada ontem. Mas observou que os comentários ajudaram a pelo menos sustentar os preços nos níveis de sexta-feira, 14.

"Todos estão basicamente na expectativa do balanço, para calcular o impacto dos números sobre os investimentos. Claramente, a Petrobras não vai atingir as metas de produção e não se sabe como ficarão os investimentos no pré-sal", afirmou.

Na conferência, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, informou que a companhia tem caixa para garantir a operação da estatal por pelo menos seis meses sem acessar nenhum mercado de dívida.

Barbassa disse ainda que a companhia precisa do aval dos auditores independentes nos resultados financeiros para realizar qualquer emissão internacional e que a estatal está correndo para obter uma carta dos auditores.

Dívida externa

O executivo da Petrobras admitiu que pode haver aumento da dívida externa se a companhia não entregar os números do terceiro trimestre, mesmo que não auditados, até o final do ano, conforme previsto nas cláusulas de obrigação de uma quantidade pequena de bônus emitidos lá fora.

A companhia estima que fará essa apresentação de resultado no dia 12 de dezembro, mesmo que não auditado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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