Economia

Crescimento mundial pode ter enfraquecido mais do que o previsto, diz FMI

"Dados econômicos sugerem que os ventos contrários podem ter desacelerado, mais do que havíamos antecipado, o ritmo do crescimento econômico global"

Christine Lagarde: diretora-gerente do FMI demonstrou cautela e pessimismo diante de cenário global (Denis Balibouse/Reuters)

Christine Lagarde: diretora-gerente do FMI demonstrou cautela e pessimismo diante de cenário global (Denis Balibouse/Reuters)

A

AFP

Publicado em 28 de novembro de 2018 às 15h00.

O crescimento mundial pode ter enfraquecido mais do que o esperado devido às tensões comerciais, disse nesta quarta-feira, 28, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.

"Dados econômicos recentes sugerem que os ventos contrários podem ter desacelerado, mais do que havíamos antecipado, o ritmo do crescimento econômico global", escreveu em um blog do FMI. "Surpreendentemente, o crescimento foi fraco no terceiro trimestre nas economias emergentes, como a China, assim como na zona do euro", apontou.

No mês passado, o FMI reduziu sua previsão de crescimento global para 2018 e 2019 para 3,7% contra os 3,9% calculados anteriormente. Para a entidade, os riscos começaram a se materializar. Lagarde também ressaltou que a falta de acordo sobre a ruptura da Grã-Bretanha com a UE (Brexit) "poderia desgastar ainda mais a confiança".

Em uma nota publicada paralelamente a esse blog e apontando para a Cúpula do G20 em Buenos Aires esta semana, o FMI estimou que no curto prazo o crescimento mundial poderia cair 0,75% como resultado do aumento das tensões no comércio mundial.

Em sua reunião anual, o FMI estimou em outubro que o PIB mundial poderia ser reduzido em 0,8% até 2020, contra 0,5% como estimado em julho devido aos conflitos comerciais. O organismo voltou a atacar nesta quarta-feira a guerra entre China e Estados Unidos, na qual as maiores economias do mundo se impõem reciprocamente tarifas sobre produtos no valor de centenas de bilhões de dólares.

Para o FMI, a confiança e os mercados financeiros podem sofrer se Washington tornar efetiva sua ameaça de impor tarifas sobre produtos chineses que importa num valor de 267 bilhões de dólares.

O conselheiro da Casa Branca Larry Kudlow disse na terça-feira que há uma chance de que a China e os Estados Unidos cheguem a um acordo sobre sua disputa nesta semana.

Acompanhe tudo sobre:Comércio exteriorEstados Unidos (EUA)FMIG20PIBRússia

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação