Economia

Crescimento do país preocupa e contas fiscais seguem fracas, diz Fitch

No mesmo sentido da declaração da agência de classificação de risco, Guedes afirmou que dívida bruta do Brasil em relação ao PIB deve chegar a 80%

Fitch Rating: agência de classificação de risco tem preocupação sobre fraco crescimento do Brasil (Matt Lloyd/Bloomberg)

Fitch Rating: agência de classificação de risco tem preocupação sobre fraco crescimento do Brasil (Matt Lloyd/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de junho de 2019 às 15h03.

São Paulo — O diretor executivo da Fitch Ratings, Rafael Guedes, destacou em apresentação nesta quinta-feira, 27, que o crescimento econômico do Brasil ainda é fator de preocupação e as contas fiscais do País seguem "bastante fracas" e muito piores que as de outros emergentes. O déficit nominal, que inclui o pagamento de juros, está na casa dos 8% do Produto Interno Bruto (PIB), o triplo dos pares do Brasil, afirmou em abertura de evento da Fitch na capital paulista. Na média, estes mercados têm déficit ao redor de 2,7%.

A dívida bruta em relação ao PIB deve chegar a 80%, também acima dos pares, disse Guedes. Pelo lado positivo, as contas externas brasileiras estão melhores que as de outros emergentes.

A Fitch, ressaltou Guedes, recentemente reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019, de 2,2% para 1%, e em 2020, de 2,7% para 2,1%. "O crescimento potencial do Brasil é mais baixo que o de outros emergentes."

Ao falar da economia mundial, Guedes disse que este ano houve mais melhoras de ratings soberanos do que rebaixamentos. "Mas o número de países com perspectiva negativa da nota é maior que os com perspectiva positiva", completou. Isso sinaliza que rebaixamentos podem estar a caminho. Na América Latina, somente 35% dos países da região são classificados como grau de investimento, o grupo mais seleto, que o Brasil deixou de fazer parte em 2015.

Guedes observou que o crescimento mundial está em desaceleração, o que deve levar os bancos centrais dos países desenvolvidos, sobretudo na zona do euro, a adotarem estímulos monetários adicionais.

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