Pequim: Brasil ainda não consegue crescer no ritmo chinês (.)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2010 às 11h28.
São Paulo - A economia brasileira tem gargalos que impedem um crescimento anual na casa de 10%. Embora o Brasil possa ter alcançado esse patamar no primeiro trimestre, a tendência é de redução no ritmo ao longo do ano, segundo analistas ouvidos pelo site EXAME.com.
Um indicador do Banco Central (BC) aponta que o PIB cresceu 9,85% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Na margem, ou seja, comparando com o quarto trimestre de 2009, a alta foi de 2,38% (anualizada, daria quase 10%).
O primeiro ponto levantado pelos economistas é que a base de comparação (primeiro trimestre de 2009) é baixa. "A economia mundial estava paralisada por causa da crise", diz Fabio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores. Nos próximos trimestres, a comparação com o respectivo período do ano passado vai gerar números menores.
O setor externo é outro fator colocado como barreira a um crescimento tão forte. "O risco é o Brasil importar demais, o que tornaria a balança comercial deficitária", alerta André Perfeito, economista da Gradual Investimentos. Além disso, salienta, é preciso observar o desenrolar da crise europeia e eventuais impactos na economia brasileira.
No âmbito interno, o descontrole da inflação seria uma consequência natural de uma expansão tão robusta. Segundo Silveira, "crescer acima de 6% gera distorções no mercado monetário". André Perfeito também destaca que a capacidade ociosa da indústria está desaparecendo rapidamente, o que leva o Banco Central a subir os juros e frear o ímpeto da economia.
Confira as projeções para crescimento, inflação e taxa de juros em 2010:
Instituição | PIB/2010 | IPCA/2010 | Selic/dezembro/2010 |
---|---|---|---|
RC Consultores | 6% | 5,2% | 11% |
Gradual Investimentos | 6,2% | 5,6% | 11,75% |
Leia mais: O consumo é chinês. Já o fôlego...