Enquanto as montadoras amargaram em agosto uma queda de 11,3% na venda de veículos, mesmo com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), as fabricantes de motocicletas comemoraram um aumento de 5,4% em relação ao mês de julho. Quando comparado ao mesmo mês de 2002, as vendas também cresceram cerca de 3,7%. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (8/9) pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas e Bicicletas (Abraciclo).

Segundo Franklin de Mello Neto, diretor-executivo da associação, o desempenho do setor está baseado numa estratégia do setor de favorecer o acesso desses produtos aos consumidores das classes C e D. "Hoje, 55% das compras de motocicletas são feitas por meio de consórcios", afirmou Neto. "E as ditas populares, que variam de 3 500 a 7 000 reais, respondem por 80% das vendas."

As fabricantes de motocicletas também estão melhores que as montadoras quando o assunto é produção. Em agosto, o setor registrou um recorde de 88 795 unidades produzidas, o maior deste 1975, quando foram iniciadas as atividades industriais do segmento no país.

As exportações foram reduzidas em 10,6% quando comparadas com julho, mas ainda assim, no acumulado do ano, as vendas para mais de 40 países, com destaque para os Estados Unidos, México e Canadá, foram 116,8% maiores que as registradas no mesmo período do ano passado.