Crédito imobiliário atingirá 10% do PIB em 2015, prevê Caixa
O crédito imobiliário no Brasil tem condições de representar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, avaliou nesta segunda-feira (19) o vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda. "No Brasil, o volume de crédito imobiliário ainda é inexpressivo se comparado ao PIB e, portanto, acredita-se que o atual ciclo virtuoso deve se […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
O crédito imobiliário no Brasil tem condições de representar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, avaliou nesta segunda-feira (19) o vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda. "No Brasil, o volume de crédito imobiliário ainda é inexpressivo se comparado ao PIB e, portanto, acredita-se que o atual ciclo virtuoso deve se manter ao longo dos próximos anos", observou o executivo, ao afirmar que essa meta é factível. Atualmente, o segmento representa apenas 3% do PIB.
Durante entrevista coletiva, o executivo deixou claro que não acredita em uma bolha imobiliária. "O preço dos imóveis estava deprimido há muito tempo. Sem dúvida agora o mercado está aquecido e a renda da população melhorou", disse. Na opinião de Hereda, a instituição tem até 2013 para encontrar uma solução que possibilite esse crescimento sustentado, minimizando os temores com relação à perspectiva de esgotamento dos recursos da caderneta de poupança.
Ao anunciar um desempenho recorde em sua carteira de crédito habitacional, que atingiu R$ 34,1 bilhões neste semestre, a instituição chamou a atenção para o volume negociado no 6º Feirão da Casa Própria, realizado em 13 cidades brasileiras. O evento, que recebeu 576.194 visitantes, movimentou R$ 8,4 bilhões. Durante a entrevista sobre os resultados da instituição referentes ao crédito imobiliário no semestre, Hereda observou que os números confirmaram a expectativa do banco de superar as edições anteriores, ao apresentar uma expansão de 70% em relação ao ano passado.
As linhas de crédito habitacional da Caixa destinadas à produção e à aquisição de imóveis novos também foram destaque no período. Segundo a instituição, para imóvel novo ou na planta, os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) somaram R$ 11,43 bilhões, os do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 5,15 bilhões, e os do FAR, R$ 4,1 bilhões e das demais fontes, R$ 120 milhões. O montante total é 173,7% superior ao informado no primeiro semestre do ano passado. Em número de unidades foi registrado um salto de 300% no mesmo intervalo de comparação, de 74.898 unidades para 301.405 unidades.
Os recursos investidos para financiamento de imóveis usados, por sua vez, cresceram 39% entre janeiro e junho em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de R$ 9,6 bilhões para R$ 13,3 bilhões.
Securitização
Hereda revelou que a instituição tem conversado com o Ministério da Fazenda sobre alternativas possíveis para aumentar os recursos para financiamento habitacional. "A alternativa de buscar recursos fora do País é concreta, mas não acredito que seja no curto prazo", afirmou, ao lembrar que o FGTS tem capital suficiente para continuar investindo de R$ 26 bilhões a R$ 27 bilhões por ano nos próximos dez anos. Em market share (participação de mercado), no fim de maio a carteira de habitação da Caixa respondia por 81,8% do mercado.
Questionado sobre a possibilidade de uma operação de capitalização, o executivo disse acreditar que a instituição tem outras alternativas internas. "Estamos tranquilos com relação aos recursos necessários para este ano e, em paralelo, trabalhamos na securitização de nossa carteira. Dos R$ 80 bilhões que temos disponíveis, pelo menos R$ 20 bilhões são passíveis de securitização", afirmou. A Caixa deve lançar até o fim do ano uma emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com um valor inicial estimado de cerca de R$ 500 milhões, para testar a demanda do mercado.