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Crédito deve ter menor crescimento em pelo menos uma década

Balanços de bancos confirmaram a suspeita de um menor crescimento da oferta de crédito no Brasil

Agência do Bradesco: carteira de crédito do banco avançou modestos 8,1% em 12 meses até junho (Adriano Machado/Bloomberg News)
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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2014 às 16h59.

São Paulo - Os primeiros balanços de bancos referentes ao segundo trimestre confirmaram o que até há pouco era só uma suspeita: a expansão do crédito em 2014 no Brasil deve ser a menor em pelo menos uma década.

O Bradesco, segundo maior banco privado nacional, anunciou nesta quinta-feira que sua carteira avançou modestos 8,1 por cento em 12 meses até junho.

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O Santander Brasil foi ainda mais fraco, ao ver sua carteira ampliada avançar menos de 5 por cento.

Os números deram contornos ainda mais dramáticos ao que havia mostrado o Banco Central na terça-feira, quando revelou que o crédito do sistema financeiro havia crescido 11,8 por cento anualmente até junho.

Neste aspecto, os números de Bradesco e Santander estão mais próximos do crédito livre, que avançou apenas 5,5 por cento.

O presidente-executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco recorreu ao otimismo ao dizer nesta quinta-feira que vê condições de atingir o piso da faixa estimada pelo banco para o ano, de 10 a 14 por cento.

O presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza, jogou a toalha e só vê aceleração em 2015.

Mas mesmo essas previsões soam protocolares, num momento de desaceleração da economia do país, pontuado por inflação alta e baixa confiança de consumidores e empresas.

Pelo menos para os próximos meses não há sinais de reversão, segundo especialistas, apesar de continuados estímulos fiscais do governo federal para incentivar o consumo e de flexibilização nos depósitos compulsórios e em requerimentos de capital anunciados na semana passada pelo Banco Central.

"As novas medidas vêm num momento em que os bancos adotam normas mais conservadoras de crédito em resposta ao crescimento fraco, e é improvável que abandonem a sua postura avessa a risco", afirmaram os analistas Alcir Freitas e Celina Vansetti, da Moody's, em relatório nesta quinta-feira.

E o conservadorismo pode se acirrar, à medida que sinais de que o ciclo de queda da inadimplência dos últimos trimestres esboçam uma reversão.

Na base sequencial, o índice de atrasos acima de 90 dias do Bradesco oscilou de 3,4 para 3,5 por cento no segundo trimestre. O do Santander foi de 3,8 para 4,1 por cento.

Em relatório, analistas do BTG Pactual consideraram difícil que o Bradesco consiga crescer sua carteira em dois dígitos.

"Achamos que o bancos terão que fazer um esforço extra para entregar mesmo o piso da previsão para o ano", escreveram os analistas Eduardo Rosman, Gustavo Lobo e Jose Luis Rizzardo.

A esta altura, a se confirmar a previsão do BC, a expansão de 12 por cento do crédito no Brasil em 2014 já será a menor da série histórica iniciada em 2007.

Considerada a série anterior, com metodologia diferente, o desempenho seria mais fraco até do que o registrado em 2004.

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