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CPMF não resolve rombo da Previdência, dizem economistas

Embora seja preciso tomar medidas para evitar o déficit, especialistas consideram que a CPMF poderá afetar a atividade econômica e o crescimento do PIB

Previdência: economista disse que a instabilidade das contas públicas brasileiras decorre de gastos que “crescem consistentemente”, entre os quais destacou as despesas da Previdência (.)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2015 às 11h12.

A proposta de criação de uma nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira ( CPMF ) é vista por economistas do Rio de Janeiro como instrumento que trará mais custos do que benefícios e não evitará o rombo da Previdência Social.

Embora concordem que é preciso tomar medidas para evitar o déficit previdenciário, especialistas consideram que a CPMF poderá afetar a atividade econômica e o crescimento do Produto Interno Bruto ( PIB ), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país.

A coordenadora técnica do Boletim Macroeconômico do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Silvia Matos, disse que a proposta do governo de criação de uma nova CPMF é remédio ruim, que não resolve o problema estrutural do déficit da Previdência Social.

A economista disse que a instabilidade das contas públicas brasileiras decorre de gastos que “crescem consistentemente”, entre os quais destacou as despesas da Previdência. A estimativa é que o déficit da Previdência alcance R$ 200 bilhões em 2016, disse.

Silva Matos disse que, recolhendo esse valor, a CPMF ajudaria a financiar o déficit. No entanto, a economista advertiu que há necessidade de o Congresso Nacional pesar os custos e benefícios da medida.

O que tem de mudar, segundo ela, é a regra dos benefícios previdenciários. “A regra ainda não foi atacada pelas medidas divulgadas pelo governo. É muito pouco diante do déficit que a gente precisa tapar”.

A opinião é compartilhada pelo coordenador de graduação em Ciências Econômicas da Faculdade Ibmec, Luiz de Magalhães Ozório.

Segundo ele, a proposta de criação da nova CPMF é impopular, porque se trata de um imposto que tem “uma história ruim por trás, foi criado para corrigir o problema da Saúde e não corrigiu nada”.

O professor disse que, com o lançamento do imposto, o governo está tentando dar uma resposta aos problemas do país. Acrescentou que há dois caminhos para o governo: um deles, é cobrar mais; outro, é gastar menos.

Ozório explicou que o lado ruim da contribuição é que ela acaba reduzindo a atividade econômica, porque encarece os preços dos produtos, ao mesmo tempo em que desincentiva o crescimento econômico.

“O efeito negativo disso é que ele contribui para uma redução do PIB. No momento em que a gente está querendo melhorar a economia, tem esse efeito negativo”, disse.

O economista disse que, de um lado, a proposta de criação da CPMF decorre da necessidade enfrentada pelo governo de adotar medidas para restabelecer o reequilíbrio das contas públicas.

Mas, de outra parte, o governo está diante do desafio de que a consequência da aprovação da contribuição será a diminuição da atividade econômica. “Na minha visão, melhor que isso fosse feito via corte dos gastos públicos”, afirmou.

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A proposta de criação de uma nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira ( CPMF ) é vista por economistas do Rio de Janeiro como instrumento que trará mais custos do que benefícios e não evitará o rombo da Previdência Social.

Embora concordem que é preciso tomar medidas para evitar o déficit previdenciário, especialistas consideram que a CPMF poderá afetar a atividade econômica e o crescimento do Produto Interno Bruto ( PIB ), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país.

A coordenadora técnica do Boletim Macroeconômico do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Silvia Matos, disse que a proposta do governo de criação de uma nova CPMF é remédio ruim, que não resolve o problema estrutural do déficit da Previdência Social.

A economista disse que a instabilidade das contas públicas brasileiras decorre de gastos que “crescem consistentemente”, entre os quais destacou as despesas da Previdência. A estimativa é que o déficit da Previdência alcance R$ 200 bilhões em 2016, disse.

Silva Matos disse que, recolhendo esse valor, a CPMF ajudaria a financiar o déficit. No entanto, a economista advertiu que há necessidade de o Congresso Nacional pesar os custos e benefícios da medida.

O que tem de mudar, segundo ela, é a regra dos benefícios previdenciários. “A regra ainda não foi atacada pelas medidas divulgadas pelo governo. É muito pouco diante do déficit que a gente precisa tapar”.

A opinião é compartilhada pelo coordenador de graduação em Ciências Econômicas da Faculdade Ibmec, Luiz de Magalhães Ozório.

Segundo ele, a proposta de criação da nova CPMF é impopular, porque se trata de um imposto que tem “uma história ruim por trás, foi criado para corrigir o problema da Saúde e não corrigiu nada”.

O professor disse que, com o lançamento do imposto, o governo está tentando dar uma resposta aos problemas do país. Acrescentou que há dois caminhos para o governo: um deles, é cobrar mais; outro, é gastar menos.

Ozório explicou que o lado ruim da contribuição é que ela acaba reduzindo a atividade econômica, porque encarece os preços dos produtos, ao mesmo tempo em que desincentiva o crescimento econômico.

“O efeito negativo disso é que ele contribui para uma redução do PIB. No momento em que a gente está querendo melhorar a economia, tem esse efeito negativo”, disse.

O economista disse que, de um lado, a proposta de criação da CPMF decorre da necessidade enfrentada pelo governo de adotar medidas para restabelecer o reequilíbrio das contas públicas.

Mas, de outra parte, o governo está diante do desafio de que a consequência da aprovação da contribuição será a diminuição da atividade econômica. “Na minha visão, melhor que isso fosse feito via corte dos gastos públicos”, afirmou.

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