Coutinho: segundo ele, novos aportes serão necessários em 2015, mas ainda não é possível estimar quanto (Elza Fiúza/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2014 às 14h08.
Rio - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou nesta quarta-feira, 3, que o aporte de R$ 30 bilhões que será feito pelo Tesouro na instituição de fomento, conforme medida provisória publicada nesta quarta-feira, atende à necessidade de recursos para este ano e "parte de 2015, mas não todo".
"Não posso dizer ainda o quanto em relação a 2015", afirmou Coutinho, em entrevista coletiva convocada às pressas após sua participação em um seminário na sede do banco, no Rio.
"Esse aporte de R$ 30 bi não é um sinal contraditório", completou Coutinho, referindo-se às recentes sinalizações, feitas pela futura equipe econômica, de fim dos aportes.
O presidente do BNDES insistiu na entrevista que o banco está preparado para trabalhar com menos aportes, mas a transição requer tempo.
"Medidas de moderação vão permitir processo de redução, que não é instantâneo. Há uma transição", afirmou Coutinho.
Segundo ele, novos aportes serão necessários em 2015, mas ainda não é possível estimar quanto.
"O objetivo é ter horizonte claro sobre a trajetória de todo o ajuste", afirmou Coutinho, destacando que a transição tem que ser bem desenhada porque o BNDES desembolsa hoje recursos para empréstimos aprovados de 12 a 18 meses atrás e, por isso, "2015 está contratado".
Dificuldades do FAT
Coutinho afirmou ainda que "são públicas as dificuldades do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador)".
"Essas dificuldades têm tido algum pequeno impacto nas contas do BNDES. O Ministério do Trabalho tem demandado recursos e, na medida do possível, temos buscado atender aos pedidos. Isso revela que uma das fontes importantes de funding (do BNDES) está neste momento se defrontando com limitações", disse Coutinho.
Novo governo
Coutinho desconversou sobre seu futuro no governo. "O cargo pertence à presidente Dilma Rousseff", afirmou Coutinho.
Segundo Coutinho, as conversas sobre as mudanças necessárias têm sido com a atual equipe econômica. "Mas temos orientação superior da presidente Dilma", afirmou Coutinho.