Coutinho: crise pode favorecer investimentos no Brasil
Para o presidente do BNDES, país pode se tornar um porto seguro para investimentos com sua condição econômica diante do cenário mundial
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2011 às 15h07.
São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje que o País pode se tornar uma espécie de porto seguro de investimentos em função de suas condições econômicas, diante do cenário de agravamento da crise econômica mundial. Segundo ele, o desempenho favorável da economia nacional pode fazer com que ingressem mais capitais no País, além do que já está sendo registrado.
Em palestra promovida em São Paulo pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (Ibef-SP), Coutinho ressaltou que a piora das condições financeiras globais deve fazer com que os bancos centrais, especialmente dos países avançados, continuem injetando volumes grandiosos de recursos em suas respectivas economias, para mitigar os efeitos recessivos de um eventual credit crunch - uma súbita parada de concessão de crédito.
Coutinho disse que, no caso de uma piora muito grande da crise internacional levar os bancos privados no Brasil a encurtarem a concessão de financiamentos, os bancos públicos poderiam voltar a exercer um papel vigoroso, compensando a ausência de liberação de empréstimos pela banca privada. Porém, o presidente do BNDES destacou que não acredita que isso será necessário.
Ele afirmou que está seguro de que as instituições privadas não vão encurtar a concessão de financiamentos para famílias, empresas e também no sistema interbancário, pois estão conscientes de que o Brasil possui uma economia com perspectivas positivas de expansão para os próximos anos e de que a economia possui alto grau de previsibilidade de longo prazo.
Financiamento
Coutinho afirmou que o BNDES chegou a uma espécie de tamanho ótimo para fazer frente a uma parte do financiamento de longo prazo no País. "O BNDES chegou a um ponto que não é sensato se agigantar mais." Coutinho afirmou anteontem que o banco oficial deve repetir o total de desembolso do ano passado ou até superá-lo um pouco, a ponto de chegar ao montante próximo de R$ 147 bilhões.
Segundo ele, um dos desafios importantes da economia brasileira é desenvolver alternativas de financiamento a fim de estimular a concessão de crédito de médio e longo prazo.
Na sua avaliação, tais mecanismos, entre eles debêntures de longo prazo, estão nessa direção, mas a velocidade de implementação foi um pouco reduzida no primeiro semestre em função da necessidade de o Banco Central ter elevado os juros a partir de janeiro, para conter a alta da inflação. Contudo, os mecanismos de financiamento de longo prazo vão avançar em paralelo com o incremento do mercado de capitais nacional.
O presidente do BNDES ressaltou que as condições de boa expansão do Produto Interno Bruto (PIB) são factíveis e visíveis. "Talvez um dos ativos mais importantes do País é que as condições econômicas oferecem um horizonte de previsibilidade de pelo menos dez anos à frente".
São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje que o País pode se tornar uma espécie de porto seguro de investimentos em função de suas condições econômicas, diante do cenário de agravamento da crise econômica mundial. Segundo ele, o desempenho favorável da economia nacional pode fazer com que ingressem mais capitais no País, além do que já está sendo registrado.
Em palestra promovida em São Paulo pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (Ibef-SP), Coutinho ressaltou que a piora das condições financeiras globais deve fazer com que os bancos centrais, especialmente dos países avançados, continuem injetando volumes grandiosos de recursos em suas respectivas economias, para mitigar os efeitos recessivos de um eventual credit crunch - uma súbita parada de concessão de crédito.
Coutinho disse que, no caso de uma piora muito grande da crise internacional levar os bancos privados no Brasil a encurtarem a concessão de financiamentos, os bancos públicos poderiam voltar a exercer um papel vigoroso, compensando a ausência de liberação de empréstimos pela banca privada. Porém, o presidente do BNDES destacou que não acredita que isso será necessário.
Ele afirmou que está seguro de que as instituições privadas não vão encurtar a concessão de financiamentos para famílias, empresas e também no sistema interbancário, pois estão conscientes de que o Brasil possui uma economia com perspectivas positivas de expansão para os próximos anos e de que a economia possui alto grau de previsibilidade de longo prazo.
Financiamento
Coutinho afirmou que o BNDES chegou a uma espécie de tamanho ótimo para fazer frente a uma parte do financiamento de longo prazo no País. "O BNDES chegou a um ponto que não é sensato se agigantar mais." Coutinho afirmou anteontem que o banco oficial deve repetir o total de desembolso do ano passado ou até superá-lo um pouco, a ponto de chegar ao montante próximo de R$ 147 bilhões.
Segundo ele, um dos desafios importantes da economia brasileira é desenvolver alternativas de financiamento a fim de estimular a concessão de crédito de médio e longo prazo.
Na sua avaliação, tais mecanismos, entre eles debêntures de longo prazo, estão nessa direção, mas a velocidade de implementação foi um pouco reduzida no primeiro semestre em função da necessidade de o Banco Central ter elevado os juros a partir de janeiro, para conter a alta da inflação. Contudo, os mecanismos de financiamento de longo prazo vão avançar em paralelo com o incremento do mercado de capitais nacional.
O presidente do BNDES ressaltou que as condições de boa expansão do Produto Interno Bruto (PIB) são factíveis e visíveis. "Talvez um dos ativos mais importantes do País é que as condições econômicas oferecem um horizonte de previsibilidade de pelo menos dez anos à frente".