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Cotas para importar carros podem continuar, mas crescentes

O México está disposto a manter sistema de cotas crescentes para importação de veículos, em meio à pressão do Brasil para que o livre comércio não volte a valer

Carros: as duas maiores economias da América Latina têm realizado reuniões em Brasília e na Cidade do México para renegociar acordo (Vanderlei Almeida/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2015 às 22h55.

Cidade do México/Brasília - O México está disposto a manter por até mais dois anos um sistema com o Brasil de cotas crescentes para importação de veículos, em meio à pressão brasileira para que o regime de livre comércio automotivo não volte a valer a partir de 19 de março, disse nesta segunda-feira uma fonte com conhecimento das negociações .

As duas maiores economias da América Latina têm realizado reuniões em Brasília e na Cidade do México para renegociar o Acordo de Complementação Econômica Número 55 (Ace 55), modificado há três anos e que previa o retorno ao livre comércio após três anos de cotas recíprocas de importação.

"Desde que sejam cotas crescentes a partir deste mesmo ano, poderia ser considerado manter por um ou dois a mais o regime temporal para o nível de importações de veículos leves livres de tarifa para cada país", disse a fonte, que falou sob condição de anonimato. O governo do presidente mexicano Enrique Peña Nieto disse que tal como acordado em 2012, a ideia principal é que se volte ao livre comércio automotivo. Nesse sentido, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, Armando Monteiro, disse que seu país buscaria inclusive uma redução das cotas.

"Não é um segredo para ninguém que a perspectiva de renovar o acordo depende da disposição do México de rever certas questões que estão associadas com a manutenção e eventual redução no regime de cotas", disse Monteiro a jornalistas no Rio de Janeiro.

Representantes dos dois governos se reuniram em 9 de março no Brasil para revisar os prazos de renegociação, e fontes do governo Dilma Rousseff afirmaram estarem muito confiantes de que as cotas sejam prolongadas para entre três e cinco anos, o que é o desejo dos fabricantes de carros no Brasil. Do lado mexicano, as montadoras estariam dispostas a prolongar o prazo até o máximo de dois ano --segundo uma das fontes-- em um momento no qual a produção e exportação de veículos bateram níveis recordes no México a apontam tendência de manterem-se em alta.

"Já está quase tudo pronto para que se renove o regime de cotas. A ideia é que as partes tenham uma reunião na sexta-feira e que Ildefonso Guajardo (secretário de Economia do México) venha na segunda para assinar o acordo", disse outra fonte.

Durante o primeiro mandato do governo Dilma, o Brasil colocou o México contra a parede, levando o país a mudar o acordo --vigente desde 2003-- sob a ameaça de romper o convênio e fixando montantes de cotas recíprocas, assim como regras de conteúdo local.

As cotas estabelecidas em 2012 foram: 1,45 bilhão de dólares para o primeiro ano (terminado em 18 de março de 2013); 1,56 bilhão de dólares para o segundo ano e 1,64 bilhão de dólares para o terceiro, que vence este mês.

Em relação ao conteúdo local dos veículos leves, o acordo previu o aumento de 30 para 35 por cento ao longo do primeiro ano e de 40 por cento a partir do quinto ano.

*Atualizada às 22h55 do dia 02/03/2015

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Cidade do México/Brasília - O México está disposto a manter por até mais dois anos um sistema com o Brasil de cotas crescentes para importação de veículos, em meio à pressão brasileira para que o regime de livre comércio automotivo não volte a valer a partir de 19 de março, disse nesta segunda-feira uma fonte com conhecimento das negociações .

As duas maiores economias da América Latina têm realizado reuniões em Brasília e na Cidade do México para renegociar o Acordo de Complementação Econômica Número 55 (Ace 55), modificado há três anos e que previa o retorno ao livre comércio após três anos de cotas recíprocas de importação.

"Desde que sejam cotas crescentes a partir deste mesmo ano, poderia ser considerado manter por um ou dois a mais o regime temporal para o nível de importações de veículos leves livres de tarifa para cada país", disse a fonte, que falou sob condição de anonimato. O governo do presidente mexicano Enrique Peña Nieto disse que tal como acordado em 2012, a ideia principal é que se volte ao livre comércio automotivo. Nesse sentido, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, Armando Monteiro, disse que seu país buscaria inclusive uma redução das cotas.

"Não é um segredo para ninguém que a perspectiva de renovar o acordo depende da disposição do México de rever certas questões que estão associadas com a manutenção e eventual redução no regime de cotas", disse Monteiro a jornalistas no Rio de Janeiro.

Representantes dos dois governos se reuniram em 9 de março no Brasil para revisar os prazos de renegociação, e fontes do governo Dilma Rousseff afirmaram estarem muito confiantes de que as cotas sejam prolongadas para entre três e cinco anos, o que é o desejo dos fabricantes de carros no Brasil. Do lado mexicano, as montadoras estariam dispostas a prolongar o prazo até o máximo de dois ano --segundo uma das fontes-- em um momento no qual a produção e exportação de veículos bateram níveis recordes no México a apontam tendência de manterem-se em alta.

"Já está quase tudo pronto para que se renove o regime de cotas. A ideia é que as partes tenham uma reunião na sexta-feira e que Ildefonso Guajardo (secretário de Economia do México) venha na segunda para assinar o acordo", disse outra fonte.

Durante o primeiro mandato do governo Dilma, o Brasil colocou o México contra a parede, levando o país a mudar o acordo --vigente desde 2003-- sob a ameaça de romper o convênio e fixando montantes de cotas recíprocas, assim como regras de conteúdo local.

As cotas estabelecidas em 2012 foram: 1,45 bilhão de dólares para o primeiro ano (terminado em 18 de março de 2013); 1,56 bilhão de dólares para o segundo ano e 1,64 bilhão de dólares para o terceiro, que vence este mês.

Em relação ao conteúdo local dos veículos leves, o acordo previu o aumento de 30 para 35 por cento ao longo do primeiro ano e de 40 por cento a partir do quinto ano.

*Atualizada às 22h55 do dia 02/03/2015

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