Economia

Coronavírus adiará aumento de exportações dos EUA à China, diz secretário

Aumento das exportações americanas para a China está prevista na Fase 1 do acordo comercial, que deve entrar em vigor no final deste mês

Coronavírus: "O boom de exportação desse acordo comercial levará mais tempo por causa do vírus chinês", afirmou o secretário (Billy H.C. Kwok/Bloomberg)

Coronavírus: "O boom de exportação desse acordo comercial levará mais tempo por causa do vírus chinês", afirmou o secretário (Billy H.C. Kwok/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 16h09.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2020 às 16h17.

Washington - O principal assessor econômico da Casa Branca disse nesta terça-feira que o surto do novo coronavírus adiará um aumento nas exportações dos Estados Unidos para a China, esperado a partir da Fase 1 do acordo comercial que deve entrar em vigor no final deste mês.

Em entrevista à Fox Business Network, Larry Kudlow disse que o vírus, que praticamente tem mantido fechadas muitas fábricas e cidades chinesas e impedido muitas viagens dentro e fora do país, não teria um efeito catastrófico nas cadeias de suprimentos comerciais.

Os comentários dele marcam a primeira vez que uma autoridade do governo Trump disse que o vírus em rápida propagação prejudicará a capacidade da China de aumentar as compras de bens e serviços dos EUA em 200 bilhões de dólares em dois anos, pelo menos no curto prazo.

"É verdade que o acordo comercial, a Fase 1 do acordo comercial, o boom de exportação desse acordo comercial levará mais tempo por causa do vírus chinês. Isso é verdade", disse Kudlow.

O acordo previa que a China aumentaria as compras de produtos dos EUA em 76 bilhões de dólares no primeiro ano e 123 bilhões de dólares no segundo ano em relação aos valores importados dos EUA em 2017.

O número de casos e mortes do novo coronavírus mostrou poucos sinais de desaceleração. O total de casos já ultrapassou 20 mil, o que tem estimulado os Estados Unidos a repatriar alguns de seus cidadãos da China, emitir um aviso de viagem e impor quarentenas e proibição parcial de viagem.

Pequim tem criticado as medidas, acusando-as de espalhar medo de forma desnecessária.

Cadeias de fornecimento

Kudlow minimizou o potencial impacto mais amplo do surto de vírus na economia dos EUA e nas cadeias de suprimentos das empresas que estão sendo afetadas. "Não é uma catástrofe. Não é um desastre", disse.

"Já passamos por isso antes e acho que o impacto é mínimo", disse ele mais tarde em entrevista à Fox Business.

A China foi o terceiro maior parceiro comercial de mercadorias dos EUA em 2019 até novembro --ficando atrás de México e Canadá por causa da guerra tarifária EUA-China.

Kudlow disse achar que o surto de vírus pode estimular o investimento das empresas e levar a aumentos na produção nos Estados Unidos.

Questionado se poderia haver escassez de componentes por causa do surto, Kudlow disse: "Sim. Até certo ponto. Não de forma ampla."

"Os fabricantes de chips não serão afetados tanto assim. Os produtos farmacêuticos provavelmente serão impactados muito mais. Algumas coisas estão no meio, quando você chega a automóveis e autopeças".

A maioria dos ingredientes ativos usados ​​na fabricação de medicamentos vendidos nos Estados Unidos é proveniente da China.

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