Economia

Copom sobe juros para 13,75%, maior patamar desde 2006

Banco Central decidiu hoje aumentar a taxa básica de juros pela sexta vez seguida, a quinta de meio ponto percentual


	Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, em conferência em Davos, na Suíça
 (Denis Balibouse/Reuters)

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, em conferência em Davos, na Suíça (Denis Balibouse/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 3 de junho de 2015 às 20h23.

São Paulo - O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou hoje um aumento de meio ponto percentual, de 13,25% para 13,75%, na taxa básica de juros da economia, a Selic.

A decisão veio dentro do esperado pela maior parte dos economistas e instituições financeiras, de acordo com o último Boletim Focus e outros relatórios.

É o sexto aumento seguido da Selic, o quinto de meio ponto. A última vez que a taxa chegou a este patamar foi em outubro de 2006 – na época, a trajetória era de queda (veja o histórico).

A ata será divulgada na próxima quinta-feira, 10 de junho, e o próximo encontro está marcado para os dias 28 e 29 de julho.

Cenário 

A nova Selic vem cerca de uma semana antes do IBGE divulgar a inflação de maio medida pelo IPCA.

A taxa desacelerou bastante em abril, mas o acumulado quadrimestral de 4,56% já superou o centro da meta para todo o ano e é o maior para o período desde 2003, quando ficou em 6,15%.

A última projeção do Focus é que a inflação chegue a 8,39% no final deste ano, estourando de longe o teto da meta definida pelo governo (6,5%).

Neste sentido, e ano já está perdido, então agora o objetivo do Banco Central é calibrar expectativas para garantir uma convergência em direção ao centro da meta em 2016.

De acordo com a Reuters, economistas de sete dos principais bancos do país estão preocupados que o BC possa exagerar na dose. O Focus prevê que a Selic vá terminar o ano em 14%, 0,25 ponto percentual acima do patamar atual.

Quando o Copom aumenta os juros, encarece o crédito e estimula a poupança, o que faz com que a demanda seja contida e faça menos pressão sobre a atividade e os preços. Cortar os juros causa o efeito contrário. 

(Rodrigo Sanches/EXAME.com)

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