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Copom ousa e reduz Selic para 17,5%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) fez um corte de 1,5 ponto percentual na Selic, reduzindo a taxa básica de juros da economia de 19% para 17,5%. Em nota oficial divulgada no início da noite, disse que foi levada em consideração as perspectivas favoráveis para a trajetória da inflação e o […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h47.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) fez um corte de 1,5 ponto percentual na Selic, reduzindo a taxa básica de juros da economia de 19% para 17,5%. Em nota oficial divulgada no início da noite, disse que foi levada em consideração as perspectivas favoráveis para a trajetória da inflação e o balanço dos riscos que cercam essa trajetória .

A decisão foi considerada surpreendente e ousada pelos analistas de mercado. O Copom deu a entender que está tranqüilo em relação à inflação e quer acelerar o ritmo de crescimento , diz Aldo Ramos, economista da Banif Primus Asset Management. Mas, nas atas anteriores, em nenhum momento sinalizou essa perspectiva. Teria pesado a favor da mudança de rumo a queda do IPCA-15 e a deflação em São Paulo, divulgados nesta quarta (19/11) pelo IBGE. A queda do IPCA-15 deixou o Copom confortável para ir além do que o mercado precificava , diz Alexandre Maia, economia da Gap. Na prática, o corte só terá efeitos sobre a economia no próximo semestre, mas deve criar um clima positivo para os negócios e para o consumo neste final de ano.

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O setor empresarial comemorou a decisão. Para Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão foi estimuladora , na medida que cria uma percepção de maior confiança no movimento de redução das taxas de juros. O setor empresarial considerava que havia espaço para uma redução maior do que o 1 ponto percentual projetado pelos analistas do mercado financeiro , diz texto divulgado pela entidade. Desta vez, o Banco Central ficou mais perto das previsões da indústria, que chegaram a até 2 pontos percentuais.

A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) viu o corte como um indicativo de autonomia do Banco Central. Horário Lafer Piva, presidente da Fisp, declarou em nota oficial: A decisão do Copom de baixar os juros em 1,5 ponto percentual deixou claro que o Banco Central não está preso à lógica conservadora do mercado financeiro de ajustes finos e decrescentes na política monetária , diz o texto. O Copom ousou em contrariar a expectativa reinante quando viu que os índices mais recentes de inflação surpreenderam os mais otimistas.

A medida, no entanto, não agradou a todos. No entender da Fecomercio-SP, o patamar de 17,5% ao ano ainda é muito alto para a Selic, especialmente diante da urgente busca pelo crescimento da economia brasileira , declarou a entidade em nota oficial. Para o economista Maia, da Gap, os cortes expressivos e inesperados chegaram ao fim neste ano. Dificilmente o Copom fará neste ano outra redução tão expressiva , diz. A última reunião poderá fazer uma redução de no máximo um ponto percentual.

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