Economia

Copom discutiu corte na Selic, mas considerou melhor manter os juros

Copom achou melhor manter a taxa em 6,5% porque a alta do dólar reduziu as chances de a inflação permanecer abaixo da meta

Ata do Copom diz que manutenção da taxa básica de juros - a Selic - em 6,5% foi a "melhor decisão possível" (Marcello Casal jr/Agência Brasil)

Ata do Copom diz que manutenção da taxa básica de juros - a Selic - em 6,5% foi a "melhor decisão possível" (Marcello Casal jr/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 22 de maio de 2018 às 09h35.

Última atualização em 22 de maio de 2018 às 12h13.

A manutenção da taxa básica de juros - a Selic - em 6,5% foi a "melhor decisão possível". A informação consta da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje (22).

A decisão, anunciada na semana passada, surpreendeu o mercado, que esperava por um corte de 0,25 ponto percentual na Selic, como indicado pelo Copom, na reunião anterior, em março.

Segundo a ata, os integrantes do Copom avaliaram a alternativa de reduzir a Selic em 0,25 ponto percentual para reduzir o risco de a inflação ficar abaixo da meta. De acordo com o documento, alguns fatores pesaram a favor dessa alternativa, como o baixo nível de inflação e o ritmo gradual de recuperação da economia, com seu "arrefecimento recente".

Entretanto, o Copom avaliou que seria melhor manter a taxa em 6,5% ao ano porque a alta do dólar reduziu as chances de a inflação permanecer abaixo da meta. A alta da moeda encarece produtos e insumos importados. "Isso tornou desnecessária a mitigação de risco de convergência demasiadamente lenta da inflação às metas. Pesando o cenário básico e o balanço de riscos, o comitê concluiu que a decisão de manter a taxa de juros no atual patamar era a mais apropriada", afirmou o comitê, na ata.

A meta de inflação é 4,5% neste ano, com limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2019, a meta é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. A estimativa do mercado é que a inflação fique em 3,50%, neste ano e em 4,01%, em 2019.

O comitê ponderou que a política monetária "não reagiu mecanicamente à evolução recente da taxa de câmbio". "Os membros do comitê entendem que pode haver impactos do choque externo na economia brasileira, mas enfatizaram que é essencial entender que a política monetária não reagirá a esses impactos de forma automática, uma vez que suas implicações para a política monetária dependem da forma como o choque poderá se transmitir às expectativas, às projeções de inflação e ao balanço de riscos."

Para as próximas reuniões, o comitê informou que "vê como adequada a manutenção da taxa de juros no patamar corrente". "O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação", afirmou.

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