Economia

Brasil não se destaca em turismo após Copa e Olimpíadas, diz Euromonitor

Mesmo após sediar Olimpíadas, Rio de Janeiro foi menos visitada no ano passado do que Santiago ou Lima; Chile é o grande destaque em crescimento

Turistas no topo do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro (Mario Tama/Getty Images)

Turistas no topo do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro (Mario Tama/Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 6 de abril de 2018 às 06h00.

Última atualização em 9 de abril de 2018 às 10h07.

São Paulo - Um novo relatório do provedor de pesquisa de mercado Euromonitor mostra que Copa do Mundo e Olimpíadas não foram suficientes para para colocar o Brasil como destaque em turismo na América Latina.

O país teve um crescimento anual "modesto" de 3% no número de chegadas de estrangeiros entre 2012 e 2017, contra quase 6% na Costa Rica, 8% no México e 10% no Chile e na Colômbia.

O México ainda é, de longe, o país da região que mais recebe visitantes, mas o Chile é a estrela em ascensão.

Houve um aumento de 2,2 milhões de viagens para o Chile entre 2012 e 2017. Das 10 cidades latino-americanas que mais ganharam visitantes no período, 6 são chilenas.

Apesar do Rio de Janeiro ter sediado os Jogos Olímpicos em 2016, a cidade ficou na 34ª posição dentro da América Latina com crescimento anual médio de 7% no número de visitantes estrangeiros entre 2012 e 2017.

A cidade maravilhosa foi a sexta mais visitada da região em 2017 e recebeu menos estrangeiros do que Cancún, Punta Cana, Cidade do México, Santiago e Lima.

São Paulo aparece na 9ª posição, atrás das cidades já citadas e também de Buenos Aires e Cusco.

Nenhum país teve um resultado tão ruim na região quanto a Venezuela. Marcada pela crise econômica, política e social, ela responde por metade das 10 cidades que mais perderam visitantes no período.

Caracas teve uma queda anual média de mais de 13% no número de chegadas de estrangeiros entre 2012 e 2017.

No Brasil, a cidade com pior resultado foi Foz do Iguaçu, com 164 mil viagens a menos em 2017 do que em 2012.

Os EUA continuam a ser o país que mais manda visitantes para a América Latina, seguido de Canadá, França, Reino Unido, Espanha, Alemanha, Itália e Holanda.

Os chineses aparecem só no 9º lugar, mas são os que mais crescem dentro do top 10, com 186 mil viajantes a mais em 2017 em comparação com 2012.

Futuro

Em resposta a uma solicitação do site EXAME, o Ministério do Turismo afirma que o Brasil vem adotando "estratégias audaciosas" para estimular a chegada de visitantes estrangeiros por meio do plano Brasil+Turismo, lançado há 1 ano.

Entre as iniciativas estão o reforço na promoção internacional e abertura do país para o mercado global, assim como dois projetos em tramitação no Congresso Nacional: a abertura de capital para aéreas estrangeiras e a modernização da Embratur.

Uma iniciativa já implementada é a adoção de visto eletrônico, um processo virtual que dura apenas 72 horas, para visitantes de 4 países estratégicos (inicialmente EUA, Canadá, Japão e Austrália).

Em fevereiro e março, os dois primeiros meses que a medida entrou em vigor, a solicitação de vistos para o Brasil destes países cresceu 48,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

A meta do Ministério é ampliar o número de visitantes internacionais para 12 milhões em 2022 e elevar os gastos deles de US$ 6 bilhões para US$ 19 bilhões no mesmo período.

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