Economia

Contração do setor de serviços se acentua em janeiro

PMI apurado pelo Markit caiu a 48,4, contra 49,1 em dezembro, abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração


	Serviços: PMI apurado pelo Markit caiu a 48,4, contra 49,1 em dezembro, abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração
 (Getty Images)

Serviços: PMI apurado pelo Markit caiu a 48,4, contra 49,1 em dezembro, abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2015 às 09h18.

São Paulo - O ritmo de contração da atividade de serviços do Brasil intensificou-se em janeiro devido à estagnação das novas encomendas, marcando o quarto mês seguido de queda, mostrou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta quarta-feira.

Em janeiro, o PMI apurado pelo Markit caiu a 48,4, contra 49,1 em dezembro, abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração e o nível mais baixo desde os 48,2 vistos em outubro.

Esse resultado fez com que o PMI Composto do Brasil permanecesse em 49,2 em janeiro, repetindo o mesmo nível do mês anterior, apesar de a indústria ter mostrado ligeiro crescimento.

Em nota, o Markit destacou que a atividade mais baixa do setor de serviços está vinculada às condições econômicas frágeis e ao escândalo da Petrobras, sendo que o ritmo mais forte de contração foi observado no subsetor de Aluguéis e Atividades de Negócios.

O volume de novos negócios recebidos pelos fornecedores de serviços brasileiros ficou estagnado em janeiro, com o índice caindo a exatamente 50,0 após dois meses de expansão.

A menor entrada de novos trabalhos em Correios e Telecomunicações e em Aluguéis e Atividades de Negócios compensou o crescimento em outros setores.

Em contraste, o número de funcionários aumentou pelo segundo mês seguido, mas o ritmo de contratação desacelerou em relação a dezembro, sendo que o crescimento mais forte foi visto em Hotéis e Restaurantes.

Segundo o Markit, a taxa de inflação de insumos desacelerou ante o recorde de 73 meses visto em dezembro, mas ainda assim permaneceu acima da média de longo prazo com os entrevistados citando preços mais altos da matéria-prima e a apreciação do dólar frente ao real.

Assim, os preços cobrados pelos fornecedores de serviços aumentaram pelo terceiro mês seguido e de forma generalizada.

A contração do setor em janeiro levou à piora do sentimento positivo em relação à atividade para daqui a 12 meses.

"As empresas não apenas disseram que a atividade contraiu a um ritmo mais forte no primeiro mês do ano, como também que a alta nas expectativas observada em dezembro não se sustentou, com o índice (de expectativas) caindo para o menor nível em setembro", disse em nota o economista-chefe do HSBC, André Lóes.

O Markit apontou que, onde foi apontado sentimento positivo, esse se deveu à expectativa de obtenção de novos clientes, às novas política governamentais e à perspectiva de um ano sem eleição nem Copa do Mundo.

Outros sinais de que o setor de serviços patina também foram dados. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) iniciou 2015 no menor nível da série histórica iniciada em junho de 2008, com queda de 2,0 por cento em janeiro sobre dezembro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

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