Economia

Conservador Cameron substitui Brown como premiê britânico

Os conservadores formaram a maior bancada na eleição da semana passada, mas sem maioria absoluta para governar

Cameron visitou a rainha, que lhe convidou formalmente para montar um governo (.)

Cameron visitou a rainha, que lhe convidou formalmente para montar um governo (.)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2010 às 20h18.

Londres - O líder conservador David Cameron assumiu na terça-feira o cargo de primeiro-ministro britânico e disse que convidará o Partido Liberal-Democrata para uma coalizão plena.

O trabalhista Gordon Brown havia renunciado ao cargo horas antes, encerrando 13 anos de governo do Partido Trabalhista (centro-esquerda).

Os conservadores formaram a maior bancada na eleição da semana passada, mas sem maioria absoluta para governar. Em seu primeiro discurso como premiê, Cameron, de 43 anos, disse que pretendia formar o primeiro governo britânico de coalizão desde 1945.

"Acredito que esta é a forma correta de dar a este país o governo forte, estável, bom e decente de que tanto precisa", disse Cameron.

A libra se valorizou frente ao dólar e ao euro, refletindo o alívio dos mercados com a formação de um governo que possa rapidamente enfrentar o grave déficit público e manter a ainda frágil recuperação econômica depois da pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial.

Ao longo de cinco dias de intensas negociações, conservadores e trabalhistas tentaram obter o apoio dos liberal-democratas, mas na tarde de terça-feira ficou claro que os trabalhistas haviam perdido, e que Brown teria de renunciar.

"Desejo ao próximo primeiro-ministro tudo de bom ao fazer escolhas importantes para o futuro", disse Brown, de 59 anos, em um emocionado pronunciamento em frente à residência dos primeiros-ministros, na rua Downing, ao lado da esposa, Sarah.

A BBC informou que George Osborne, amigo próximo de Cameron, vai ser o ministro das Finanças.


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou para Cameron para parabenizá-lo, disse a Casa Branca.

Os mercados financeiros torciam por um governo conservador, por considerar que este agirá com mais rapidez e profundidade para controlar o déficit.

Visitas à rainha

Brown, a mulher e os dois filhos posaram rapidamente para fotógrafos na rua Downing antes de partir. De lá, Brown foi para o palácio de Buckingham, onde a rainha Elizabeth aceitou sua renúncia.

Logo depois, foi a vez de Cameron visitar a rainha, que lhe convidou formalmente para montar um governo. Ele então foi direto para a rua Downing, onde fez seu discurso.

Os detalhes do acordo entre conservadores e "lib-dems" ainda não foram divulgados. Ambos os partidos devem discutir o acordo e aprová-lo na noite de terça-feira.

Os "lib-dems" priorizaram a aliança com os conservadores por ter sido o partido mais votado. Durante a campanha, o líder liberal-democrata Nick Clegg havia dito que não aceitaria uma coalizão que mantivesse o impopular Brown no cargo.

Na segunda-feira, Brown disse que renunciaria nos próximos meses se isso facilitasse um acordo entre os trabalhistas e os "lib-dems".
 


Acompanhe tudo sobre:EuropaPaíses ricosReino Unido

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor