Economia

Sair com inflação na meta é um legado importante, diz Ilan

Presidente do Banco Central Ilan Goldfajn afirmou que conseguir deixar o cargo com inflação dentro da meta será legado "bem importante"


	Ilan Goldfajn: "Trabalho aqui como se fosse ficar muito e muitos anos, mas há questões de curto prazo também"
 (Adriano Machado / Reuters)

Ilan Goldfajn: "Trabalho aqui como se fosse ficar muito e muitos anos, mas há questões de curto prazo também" (Adriano Machado / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2016 às 09h58.

Brasília - A menos de um mês como presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn disse hoje que se conseguir deixar o cargo no futuro com a inflação na meta será um legado "bem importante".

Principalmente, enfatizou, depois que o IPCA ficou por 10 anos longe do objetivo perseguido pela autoridade monetária.

"Trabalho aqui como se fosse ficar muito e muitos anos, mas há questões de curto prazo também", disse, em entrevista à GloboNews. Ele voltou a dizer que pretende contribuir com o País de forma técnica, apartidária e independentemente do cenário político.

Goldfajn também citou como uma segunda conquista que gostaria de deixar quando se desligar da instituição a redução do custo de intermediação bancários. "Este também é um legado importante", observou.

Quando questionado sobre a possibilidade de redução de spreads bancários - basicamente a diferença de juros que os bancos obtêm do governo e concedem a seus clientes - ele lembrou que às vezes são colocadas propostas que podem parecer boas no curto prazo, como direcionamento de recursos ou compulsório, mas que, no longo prazo, acabam por aumentar o custo.

O terceiro objetivo que pretende alcançar quando sair do BC, de acordo com ele, é manter o Sistema Financeiro Nacional (SFN) sólido, líquido e bem provisionado.

Para Goldfajn, o SFN não apresenta problemas hoje apesar das turbulências pelas quais o País tem passado.

"Olhando para a frente, temos que ver como evolui. O Sistema Financeiro tem todas as condições de passar por este momento, mas temos de estar de olho", comentou.

Internacional - Sobre o mercado externo, o presidente do BC disse que o ambiente lá fora "também é desafiador".

Há preocupações, de acordo com ele, sobre se a economia global vai crescer ou não. Há dúvidas, explicou, porque a China está em um processo de desaceleração.

"Não se sabe se é muito ou pouco", considerou. Outra dúvida levantada por Goldfajn diz respeito ao desempenho dos Estados Unidos, que ainda não está muito clado.

Sobre a Europa, ele lembrou que o continente estava começando a sair da sua recessão quando o Reino Unido decidiu deixar o bloco econômico, num movimento que ficou conhecido como Brexit.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralIlan GoldfajnInflaçãoMercado financeiro

Mais de Economia

Conta de luz vai aumentar em julho após Aneel acionar bandeira amarela; veja valores

Inflação nos EUA cai ligeiramente em maio a 2,6% interanual, segundo índice PCE

Desemprego cai para 7,1% em maio, menor taxa para o mês desde 2014

Plano Real, 30 anos: Gustavo Franco e o combate à doença da hiperinflação

Mais na Exame