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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
O Congresso americano está ameaçando retirar as vantagens tarifárias que alguns produtos brasileiros recebem ao entrar no mercado dos Estados Unidos por causa da retaliação aos subsídios do algodão. "As ações do Brasil nesse caso são um indicador único e muito útil para avaliar se é hora de reconsiderar os benefícios que o País recebe nos programas de comércio preferencial dos EUA", afirmaram líderes democratas e republicanos da Comissão de Agricultura do Senado.
Eles se referem ao Sistema Geral de Preferências (SGP), programa que contempla a indústria brasileira, reduzindo as tarifas de importação para cerca de 10% das exportações do Brasil para os Estados Unidos. Entre os produtos beneficiados estão máquinas, autopeças, aço e químicos. Em 2008, o Brasil vendeu US$ 2,8 bilhões aos Estados Unidos por meio do SGP. Em um comunicado conjunto, a presidente da Comissão da Agricultura, senadora democrata Blanche Lincoln, e o vice-presidente, o senador republicano Saxby Chambliss, fizeram duras críticas ao governo brasileiro. "Desafortunadamente, o Brasil seguiu adiante com a retaliação sem se engajar em negociações significativas para resolver essa disputa", disseram os senadores.
Na segunda-feira, o governo brasileiro divulgou uma lista de 102 produtos cujas tarifas de importação devem subir dentro de 30 dias se os EUA não apresentarem uma proposta significativa ao Brasil: retirar os subsídios ao algodão ou conceder compensações relevantes. Na próxima semana, o País deve anunciar também a lista de retaliação em patentes e royalties, um tema ainda mais sensível para os Estados Unidos.
No comunicado, os senadores afirmam que o Brasil deve fazer o primeiro movimento na negociação. "Não podemos negociar com um parceiro que não deixa claro o que quer", ressaltaram. A posição brasileira é aguardar uma proposta americana. O senadores já adiantavam que os altos funcionários americanos que estiveram no País esta semana não trariam nenhuma proposta concreta. "A administração nos assegurou que os funcionários americanos não estão levando uma proposta", afirmaram.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo