Economia

Congresso botou ministro na parede, diz Bolsonaro sobre orçamento

"Quero aprovar o que interessa ao povo", disse Bolsonaro ao manter tom de conflito com o Congresso nesta segunda (16)

Bolsonaro: presidente foi criticado por Maia por participar de manifestações neste domingo (15) (Presidência da República/Divulgação)

Bolsonaro: presidente foi criticado por Maia por participar de manifestações neste domingo (15) (Presidência da República/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de março de 2020 às 12h55.

Última atualização em 16 de março de 2020 às 13h00.

O presidente Jair Bolsonaro manteve o tom de conflito com o Congresso Nacional e disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes, que não quer ser melhor do que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e nem que o da Câmara, Rodrigo Maia. "Quero aprovar o que interessa ao povo".

Bolsonaro concentrou os ataques a Maia, e disse que as críticas que recebeu do presidente da Câmara, principalmente após participar de atos públicos ontem em Brasília, são parte do jogo de disputa de poder. "Maia me chamando de irresponsável ontem foi um ataque frontal. Estou pronto para conversar com Congresso mas está em jogo disputa de poder", afirmou. "Dá para reverter críticas a Maia, é só começar a trabalhar pelo Brasil", emendou.

Orçamento

Para o presidente, o acordo sobre o Orçamento Impositivo que gerou uma crise entre Executivo e Legislativo colocou o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, "na parede para compromissos futuros". "Talvez Ramos se perdeu por inexperiência e honestidade", disse.

Ao afirmar que políticos estão em uma "disputa de poder", o presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 16, que o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, foi posto contra a "parede" pelo Congresso Nacional nas negociações sobre o Orçamento. A declaração foi feita em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Ramos participou de conversas para envio de projetos de lei que garantem ao Congresso o controle sobre uma fatia de R$ 15 bilhões neste ano, período de eleições municipais. Bolsonaro se manifestou contra a tentativa de entregar aos parlamentares a definição sobre a destinação desse dinheiro.

Os projetos estão pautados em sessão do Congresso nesta terça-feira, 17. Bolsonaro negou que haja um acordo para aprovação das propostas. De acordo com ele, o defeito do ministro Ramos, que conversou com lideranças da Câmara e do Senado sobre o tema, é ser "bastante inexperiente ainda".

"O pessoal te bota na parede, botou o Ramos na parede para conversar (sobre) projetos para andar lá, compromissos futuros. Talvez o Ramos tenha se perdido um pouco pela sua imaturidade, inocência e honestidade", disse Bolsonaro na entrevista.

Medida provisória editada na última sexta-feira transfere R$ 5 bilhões que seriam controlados pelo Congresso para o guarda-chuva do Executivo em ações de combate ao novo coronavírus. Bolsonaro manifestou interesse em recuperar os R$ 10 bilhões restantes indicados como emendas do relator do Orçamento.

O presidente da República afirmou que há uma disputa pelo poder por parte do Congresso. "Se afundar a economia, acaba o meu governo, acaba qualquer governo. É uma luta de poder. Há por parte de alguns, não estou dizendo todos, irresponsabilidade nisso aí."

Bolsonaro declarou estar pronto para conversar com o Legislativo mas citou diversas vezes na entrevista que uma "disputa de poder" atrapalha propostas de interesse nacional.

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