Economia

Congresso argentino aprova lei para reestruturar dívida

Objetivo é se esquivar de uma determinação de um tribunal norte-americano que forçou o país a entrar em um segundo default


	Mural em Buenos Aires mostra caricatura do juiz americano Thomas Griesa e abutres
 (Juan Mabromata/AFP)

Mural em Buenos Aires mostra caricatura do juiz americano Thomas Griesa e abutres (Juan Mabromata/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2014 às 07h48.

Buenos Aires - O Congresso argentino aprovou na quinta-feira uma lei para reestruturar a dívida do país com o objetivo de se esquivar de uma determinação de um tribunal norte-americano que forçou o país a entrar em um segundo default em pouco mais de uma década.

Após quase 16 horas de debate, a Câmara dos Deputados aprovou a iniciativa enviado pelo governo por 134 votos a favor e 99 contra. O Senado havia aprovado o projeto na semana passada.

A lei permitirá que a Argentina pague sua dívida sob leis estrangeiras, que ronda 29 bilhões de dólares, em Buenos Aires ou em cidades fora do alcance da justiça norte-americana.

Também abre a porta para que os credores externos troquem seus títulos emitidos sob leis estrangeiras por outros sob jurisdição do país sul-americano ou da França.

A Argentina caiu no final de julho em default uma vez que seus credores não receberam o pagamento do cupom de um título Discount , já que o juiz distrital de Nova York Thomas Griesa bloqueou o processo de transferência do dinheiro até que o país compense os hedge funds que têm em carteira dívida não paga desde o default de 2002.

A Argentina conseguiu renegociar a maior parte de sua dívida em default, mas uma minoria dos credores liderados pelos fundos que a Argentina considera "abutres" reclama o pagamento total dos bônus.

Mas a nova lei, que Griesa diz violar suas ordens, pode acabar sendo ineficaz devido a problemas legais para implementá-la e ao ceticismo dos investidores.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCongressoDívida pública

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto