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Confiança do consumidor na economia é a menor desde 2002

Sondagem da Fundação Getúlio Vargas mostra que a crise política prejudicou profundamente as expectativas do consumidor

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h13.

A crise política reduziu profundamente a confiança do consumidor em julho. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a expectativa em relação à economia é a pior desde 2002, período de forte instabilidade no país em que o dólar chegou a ser cotado a 4 reais. A sondagem da FGV, divulgada hoje (29/7), mostra que, ao avaliar as finanças pessoais, o brasileiro está preocupado com a desaceleração do crescimento econômico. E quando o assunto é a situação econômica do país, a piora, mais acentuada, está ligada à turbulência no ambiente político.

Segundo a FGV, a diferença entre o número de otimistas e o de pessimistas a respeito da economia nos próximos seis meses caiu dramaticamente. Em julho, 29,6% dos consumidores se mostram otimistas e 22,3% estão pessimistas. Ou seja, o percentual de satisfeitos é apenas 7,3 pontos percentuais superior ao dos descontentes. É o pior saldo desde outubro de 2002. Em relação à junho, representa uma piora de 43% (o saldo em junho ficou em quase 13 pontos percentuais.

Em julho, o percentual de descontentes com a situação presente é três vezes maior que o de satisfeitos. Dos 1 508 entrevistados, 37,3% dos consumidores afirmaram que a situação econômica do país está pior do que há seis meses . Somente 11,9% disseram que está melhor. A diferença em pontos percentuais entre pessimistas e otimistas foi negativa em mais de 25 pontos percentuais. Isso quer dizer que a proporção de descontentes supera a de satisfeitos. De fato, o número de descontentes cresceu de 35,6% em junho para 37,3% em julho. Os satisfeitos caíram de 12,8% para 11,9%. Essa predominância negativa é a pior desde abril do ano passado, quando atingiu mais de 31 pontos).

O aumento da insatisfação com o presente e o pessimismo quanto ao futuro ocorrem desde fevereiro. A única exceção foi maio, quando a média dos indicadores apresentou estabilidade em relação a abril.

No caso da situação econômica das famílias, a diferença entre os que a consideram melhor do que seis meses atrás e os que acham que piorou é negativa em 4,8 pontos percentuais, o pior resultado desde julho do ano passado. Os contentes são 17,3% (eram 21,7% na sondagem anterior) e os insatisfeitos são 22,1% (21,1% em junho).

Dívidas

De acordo com a sondagem, aumentou a parcela dos consumidores que se declaram envididados, de 29,5% em junho para 30,4% em julho (leia reportagem de EXAME sobre o crescente risco de inadimplência). Dos entrevistados, nem 14% disseram ter conseguindo fechar o mês poupando. É o menor percentual desde o início da série histórica.

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