A confiança do consumidor voltou a melhorar depois de dois meses patinando, mas ainda há receios pairando no ar. Segundo sondagem da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgada nesta quinta-feira (6/1), apenas um dos quesitos da pesquisa, relacionado às compras futuras de bens duráveis, não evoluiu favoravelmente entre novembro e dezembro. O consumidor também manifesta cautela quanto ao mercado de trabalho.

A parcela dos que consideram a situação econômica melhor do que há seis meses aumentou de 15,9% para 20,7%. O total de pessimistas passou de 21,7% em novembro para 18,2% em dezembro. Segundo a FGV, essa diferença de 2,5 pontos percentuais entre otimistas e pessimistas é a segunda maior da série iniciada em outubro de 2002, e perde apenas para os 3,7 pontos percentuais registrados em janeiro de 2004.

Os entrevistados que crêem na melhora da situação econômica do país nos próximos seis meses aumentou de 43,3% para 46,4%. O total dos que aguardam problemas caiu de 12,4% para 10,4%. A diferença, de 36 pontos percentuais entre um grupo e outro é a maior desde janeiro do ano passado, quando superou os 50 pontos.

A sondagem indica, porém, que abstraindo comparações temporais, 39,6% dos entrevistados consideram a situação econômica ruim contra 11,7% que a qualificam como boa. Ainda assim, são os melhores resultados desde o início da pesquisa em abril de 2004 a proporção dos insatisfeitos havia batido em 71,9%. O percentual dos que prevêem maior facilidade para conseguir emprego baixou de 14,4% para 14,2%. Além disso, os entrevistados que vão gastar menos em bens como eletrodomésticos, computadores e carros superam em 41,1 pontos percentuais aqueles que pretendem gastar mais o segundo pior resultado da série.