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Concordata atinge quatro aéreas dos EUA em um mês

Pedido por parte da Frontier Airlines agrava preocupações com o setor, prejudicado por aumentos no combustível e desaquecimento da economia

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h36.

O temor de que a desaceleração da economia americana jogue o setor aéreo dos Estados Unidos numa crise ganhou um reforço nesta sexta-feira (11/04), com o anúncio de pedido de concordata de mais uma empresa aérea, a quarta em menos de um mês a admitir incapacidade de honrar seus compromissos financeiros.

A vítima mais recente é a Frontier Airlines, que opera vôos para 70 destinos nos Estados Unidos, Canadá, México e Costa Rica, a partir do Aeroporto Internacional de Denver, no Estado do Colorado. Os executivos da empresa tomaram a decisão de pedir concordata depois de a processadora de cartões que operava com a companhia, a First Data, passar a recusar operações ligadas à compra de passagens.

Com a solicitação de concordata, a Frontier espera manter o funcionamento das linhas e o pagamento dos funcionários até encontrar alguma fonte de financiamento adicional às medidas que ela já vem tomando como forma de fazer caixa - em janeiro, por exemplo, a empresa já havia anunciado o interesse em vender quatro de seus aviões Airbus SAS. A medida desta sexta-feira, no entanto, já provocou forte impacto sobre as ações da empresa, que abriram o dia com perda de 73% de seu valor na Nasdaq, a bolsa eletrônica de Nova York.

Desde o começo de março, a necessidade de concordata já havia atingido de maneira ainda mais dramática a Skybus Airlines, a Aloha Airgroups e a ATA Airlines. As três empresas foram obrigadas a interromper imediatamente suas operações, com prejuízos para passageiros, funcionários e parceiros.

As perdas financeiras conjuntas das empresas aéreas em dificuldade, nos Estados Unidos, chegarão a 1,2 bilhão de dólares no 1º trimestre de 2008, segundo relatório da consultoria Calyon Securities. Muitas empresas de pequeno e médio porte sentiram fortemente o aumento significativo no custo dos combustíveis e o recente desaquecimento econômico no país.

"Apagão aéreo" à americana

Para complicar ainda mais a situação dos passageiros, a American Airlines já havia cancelado, no começo desta semana, mais de 3 mil vôos, com a finalidade de realizar inspeções e reparos em seus jatos MD-80. A medida foi resultado de um aperto na fiscalização das condições de segurança, por parte de uma agência governamental de regulação da aviação civil nos Estados Unidos, a FAA.

A agência reprovou o estado de nove jatos MD-80 da American Airlines, o que agravou a série de cancelamentos que já vinham atingindo outras grandes companhias, como a Delta Airlines e a Southwest, e adiando a viagem de dezenas de milhares de passageiros.

A rodada de inspeções rigorosas deve durar pelo menos mais dois meses, segundo o jornal New York Times, e não há previsão de quando a situação se normalizará nos aeroportos americanos.

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