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Como resolver a escassez de dólares?

O mercado de câmbio sofre pela escassez de dólares e não consegue reagir positivamente ao cada vez mais próximo acordo entre o governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Enquanto o risco-país caia quase 6%, o índice Bovespa subia 5% e os títulos da dívida pública 3,7%, a moeda americana chegou a ser vendida por […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h49.

O mercado de câmbio sofre pela escassez de dólares e não consegue reagir positivamente ao cada vez mais próximo acordo entre o governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Enquanto o risco-país caia quase 6%, o índice Bovespa subia 5% e os títulos da dívida pública 3,7%, a moeda americana chegou a ser vendida por 3,60 reais. Está prevista para hoje, a divulgação, por parte do Fundo, de nota oficial sobre as negociações com o Brasil.

A expectativa para hoje não será outra: O Banco Central vai ou não efetuar vendas diretas de dólares no valor acima dos 50 milhões planejados? Segundo o presidente do BC, Armínio Fraga, o governo tem ainda 5,5 bilhões de dólaras para colocar no mercado até o final do ano, sinalizando que esse valor pode aumentar com o novo acordo do FMI. Será que resolve?

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Ontem, os títulos da dívida externa brasileira tiveram um pequeno alívio, estimulado pela melhora do risco-país. A recuperação foi proporcionada pela perspectiva de um novo acordo com o FMI e pela intervenção do BC no mercado externo, que recomprou papéis brasileiros, segundo operadores ouvidos pela Reuters.

O risco Brasil, medido pelo índice EMBI+ do JP Morgan, encerrou em queda de 65%, aos 2.341 pontos. Durante o dia, a queda foi superior a 100 pontos percentuais.

O C-Bond , principal título da dívida externa do país, subiu 3,7%, para 51,75% do valor de face.

Os títulos brasileiros perderam cerca de 21% do valor apenas neste mês, à medida que o real se desvalorizava ante o dólar.

Na Bolsa de Valores de São Paulo, que ficou barata nos últimos pregões por conta da alta do dólar, os investidores aproveitaram para comprar ações, principalmente de empresas exportadoras, como a Vale do Rio Doce e a Votorantim Celulose e Papel.

O Ibovespa fechou em alta de 4,5%, a 9 762 pontos, com giro financeiro de 786,8 milhões de reais.

Indicadores de hoje

Será divulgado hoje o resultado da Balança Comercial de julho. A expectativa do mercado é de superávit de 1,1 bilhão de reais. O valor é relativamente alto e, segundo analistas, se deve ao enfraquecimento das adesões à greve dos funcionários da receita federal.

A Fiesp divulga indicadores da indústria paulista relativos ao mês de junho.

Estados Unidos

O mercado americano aguarda para hoje

a divulgação do índice de crescimento da indústria (em julho) calculado pelo Instituto de Gerenciamento de Suprimentos (ISM, pelas iniciais em inglês, antigo NAPM). Além dele, também são aguardadas as taxas (relativas ao mês de julho) de vendas de veículos, gastos com construção (mercado espera alta de 0,2%) e pedidos de seguro desemprego.

O ISM mede o nível de atividade industrial nos EUA e é composto por sub-índices, que levam em consideração os seguintes fatores da indústria americana: número de pedidos, produção, emprego, número de entregas e estoques. Cada um desses itens tem um peso relativo no índice final.

O resultado do NAPM será fundamental para direcionar o mercado americano durante o dia. Ontem, as notícias sobre o fraco desempenho da economia americana causaram a queda dos índices Dow Jones e Nasdaq. O primeiro fechou em leve alta de 0,65% e o segundo em baixa de 1,18%.

De acordo com o Livro Bege, do Federal Reserve (Fed), a expansão da economia americana continua lenta, no mesmo ritmo do mês de junho. O Livro Bege é o relatório macroeconômico elaborado a partir de informações dos 12 escritórios regionais do Fed.

Segundo o Livro, a recuperação do mercado de trabalho está lenta, mas a oferta de empregos se manteve. Os gastos no varejo sofreram reduções, mas as vendas de produtos domésticos, como móveis e computadores melhoraram.

A queda do consumo americano foi a principal responsável pelo fiasco do PIB do país: avançou 1,1% no segundo trimestre do ano, em dados ajustados sazonalmente, metade dos 2,2% estimados por economistas de Wall Street. O crescimento do primeiro trimestre de 2002 foi revisado de uma expansão de 6,1% para alta de 5%.

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