Economia

Comissão europeia defende medidas de austeridade para o bloco

A instituição insistiu que a prioridade é recuperar a confiança dos mercados

"As perspectivas são mais negativas e os riscos são maiores", advertiu o comissário de Assuntos Econômicos europeu, Olli Rehn, sobre o crescimento econômico europeu (AFP)

"As perspectivas são mais negativas e os riscos são maiores", advertiu o comissário de Assuntos Econômicos europeu, Olli Rehn, sobre o crescimento econômico europeu (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2011 às 10h36.

Bruxelas - A Comissão Europeia afirmou nesta quinta-feira que a estratégia de consolidação fiscal continua sendo válida na Europa, apesar do ritmo lento na recuperação da economia, e insistiu que a prioridade é recuperar a confiança dos mercados.

"A chave é restaurar a confiança frente às incertezas, que foram causadas principalmente pela crise da dívida", ressaltou o comissário de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, em entrevista coletiva.

A consolidação fiscal seria a melhor política enquanto a sustentabilidade da dívida continua sendo questionada em alguns Estados-membros.

Rehn defendeu que os países sob pressão dos mercados, como Grécia, Portugal, Espanha e Itália, devem continuar fazendo os seus ajustes na economia e adotar as medidas adicionais necessárias.

O comissário apresentou a previsão de crescimento de 1,6% para 2011, mas alertou para a forte desaceleração que deve acontecer durante a segunda metade do ano, que pode gerar uma estagnação.

"As perspectivas são mais negativas e os riscos são maiores", advertiu Rehn sobre o crescimento econômico europeu. Ele reconheceu que os países continuam enfrentando o desafio de recuperar a estabilidade fiscal e ao mesmo tempo potencializar o crescimento.

"Reflito a cada dia sobre a estratégia econômica e fiscal", afirmou, para concluir que a austeridade continua sendo válida. Por essa razão, incentivou os países que receberam auxílio dos parceiros e os que vivem sob pressão dos mercados a continuar nessa direção.

Os países que possuem uma maior margem de manobra poderiam trabalhar com a ação de "estabilizadores automáticos", mas sem descuidar do equilíbrio a médio prazo.

Para Rehn, a demora na recuperação econômica é causada pela crise da dívida e pelas turbulências sofridas nos mercados financeiros.

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoCrises em empresasDesenvolvimento econômicoEuropa

Mais de Economia

BB Recebe R$ 2 Bi da Alemanha e Itália para Amazônia e reconstrução do RS

Arcabouço não estabiliza dívida e Brasil precisa ousar para melhorar fiscal, diz Ana Paula Vescovi

Benefícios tributários deveriam ser incluídos na discussão de corte de despesas, diz Felipe Salto

Um marciano perguntaria por que está se falando em crise, diz Joaquim Levy sobre quadro fiscal