Comércio global começa 2021 em ritmo de recuperação
Economias emergentes como a China e outros países asiáticos puxaram o crescimento; no Brasil, a expectativa é que a balança comercial chegue ao final de 2021 com superávit recorde
Fabiane Stefano
Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 18h57.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2021 às 12h29.
O comércio global começou 2021 com o pé direito após a recuperação dos volumes no final do ano passado em relação à queda nos primeiros meses da pandemia, segundo novos dados.
O comércio mundial de mercadorias aumentou 4% no quarto trimestre, após o salto de 11,5% nos três meses anteriores. Com isso, os volumes totais fecharam com queda de 5,3% em 2020 em relação ao ano anterior, segundorelatóriopublicado pelo Escritório de Análise de Política Econômica dos Países Baixos.
A queda anual foi muito mais leve do que as previsões anteriores de grupos como a Organização Mundial do Comércio, que previa um colapso do comércio internacional de até 32%, o que teria sido equivalente às perdas durante a Grande Depressão.
Economias emergentes como a China e outros países asiáticos puxaram o crescimento do comércio global em 2020, com fortes volumes de importação e exportação, de acordo com o relatório.
Exportações brasileiras antecipam retomada global do comércio
Apesar do déficit deUS$ 1,125 bilhão, os números da balança comercial brasileira em janeiro não preocupam o mercado. Somados à chegada das vacinas contra o coronavírus e ao aumento dos preços da soja, minério e petróleo, a expectativa é que o índice chegue ao final de 2021 com um superávit ainda maior que o recorde de 2017, quando a balança ficou positiva emUS$ 67 bilhões.
Em janeiro, não só as exportações registraram uma alta de 12,4%, mas também as importações, que cresceram 22% no setoragropecuário, 7,6% na indústria extrativa e 6,5% na indústria de transformação. O movimento reflete a expectativa de reversão da deterioração econômica de 2020.
"As empresas estão investindo de olho na retomada da economia global", explica o advogado João Alfredo Lopes Nyegray, especialista em negócios Internacionais e coordenador do curso de Comércio Exterior na Universidade Positivo. "Para aproveitar esse momento, a indústria está se preparando para oferecer produtos melhores, ao mesmo tempo que reduz custos de produção. Trazer maquinário e insumos de fora é um grande trunfo nessa equação comercial."
Leia mais em: Exportações brasileiras antecipam retomada global do comércio