Economia

Com novo padrão contábil, dívida da Petrobras sobe para R$372 bi

Resultados divulgados nesta terça-feira, 7, mostram lucro de R 4,1 bilhões no primeiro trimestre

Sobre o aumento da dívida, a Petrobras destacou "que não adquiriu novas dívidas e não houve aquisição de novos ativos, sendo os impactos apenas normativos e sem efeitos no caixa e equivalentes de caixa" (Paulo Whitaker/Reuters)

Sobre o aumento da dívida, a Petrobras destacou "que não adquiriu novas dívidas e não houve aquisição de novos ativos, sendo os impactos apenas normativos e sem efeitos no caixa e equivalentes de caixa" (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de maio de 2019 às 21h03.

Rio de Janeiro — A dívida líquida da Petrobras somou R$ 372,2 bilhões ao fim do primeiro trimestre, alta de 38% ou R$ 103,4 bilhões em relação ao trimestre anterior, devido aos efeitos de nova norma internacional contábil de arrendamentos mercantis (IFRS 16), informou a empresa ao mercado nesta terça-feira.

Desconsiderando os efeitos da norma, que passou a ser adotada pelas empresas abertas como a Petrobras neste ano, o endividamento líquido da petroleira seria de R$ 266,3 bilhões de reais, ante R$ 268,8 bilhões no último trimestre de 2018, informou a companhia.

Nesta terça-feira, 7, a empresa também divulgou outros resultados do primeiro trimestre. A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 4,03 bilhões no primeiro trimestre, queda de 42% ante o mesmo período do ano passado, mas um aumento de 92% comparado ao trimestre anterior, informou a companhia nesta terça-feira, 7.

Segundo a empresa, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, além das variações nas receitas, custos e despesas, o aumento decorreu principalmente do maior resultado de participação em investimentos no setor petroquímico e da redução de R$ 1,1 bilhão nas despesas com imposto de renda e contribuição social, em razão da baixa de créditos de prejuízos fiscais registrados no trimestre anterior. Questões cambiais também influenciaram os números.

Na comparação anual, entretanto, a redução “reflete as variações do lucro bruto, operacional e resultado financeiro, parcialmente compensada pela menor alíquota efetiva do imposto de renda e contribuição social”, apontou a empresa.

Sobre o aumento da dívida, a petroleira destacou "que não adquiriu novas dívidas e não houve aquisição de novos ativos, sendo os impactos apenas normativos e sem efeitos no caixa e equivalentes de caixa".

O indicador de endividamento dívida líquida/Ebitda ajustado aumentou para 3,19 vezes, também devido aos efeitos do IFRS 16.

"Caso os efeitos do IFRS 16 fossem aplicados em todo período do LTM EBITDA ajustado de 2018, a métrica atingiria 2,89 vezes. Uma vez expurgados tais efeitos, esta métrica finalizaria o trimestre em 2,37 vezes", disse a empresa.

Assim como afetou a dívida, o lucro líquido da empresa no primeiro trimestre, que somou cerca de 4 bilhões de reais, também foi impactado pela nova norma contábil.

O IFRS 16 - Leases eliminou a classificação entre arrendamentos mercantis financeiros e operacionais, passando a existir um único modelo.

Com a adoção do IFRS 16, a companhia deixou de reconhecer custos e despesas operacionais oriundas de contratos de arrendamento mercantis operacionais, passando a reconhecer em sua demonstração de resultado: os efeitos da depreciação dos direitos de uso dos ativos arrendados; e a despesa financeira e a variação cambial apuradas com base nos passivos financeiros dos contratos de arrendamento mercantil.

A Petrobras disse ainda que, tendo em vista que suas operações de E&P são predominantemente realizadas em águas profundas e ultra profundas, com número maior de plataformas e embarcações arrendadas do que outras companhias de petróleo, isso ajuda a entender porque a dívida da companhia foi mais impactada pela IFRS 16 do que outras empresas dos setor.

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