Com novo corte, Brasil deixa de ter maiores juros reais do mundo
O Brasil está agora em segundo lugar mundial em juros reais de 4,30% atrás da Rússia com 4,57% e seguido por Turquia com 3,63%.
João Pedro Caleiro
Publicado em 31 de maio de 2017 às 18h13.
Última atualização em 31 de maio de 2017 às 18h29.
São Paulo - O Brasil perdeu a sua liderança entre os maiores juros reais (juros nominais menos inflação) do mundo.
O Copom promoveu hoje o segundo corte consecutivo de 1 ponto percentual na Selic, que foi de 11,25% para 10,25%.
A conclusão é de um estudo realizado a cada reunião pelo site MoneYou com a Infinity Asset Management, mas que acaba de mudar sua metodologia após discussões com o Banco Central.
O ranking passou a adotar a taxa de juros referencial do dia, como o Swap DI Pré de 1 Ano, por considerar que ela exprime melhor os juros de uma operação real de mercado do que o referencial das taxas nominais aplicadas pela Selic.
Além disso, o ranking abandonou o uso da inflação passada dos últimos 12 meses (ex post) e passou a usar a inflação projetada para os 12 meses seguintes (ex ante).
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, vinha enfatizando que a medida ex-ante era mais adequada pois é a que mais influencia as decisões econômicas. A mudança no método favorece países onde a inflação está em queda livre.
No entanto, o Brasil seguia líder até pelo menos abril mesmo se fosse considerado esse tipo de cálculo: tinha 6,36%, seguido da Rússia com 5,12%.
Pela conta nova, o Brasil está agora em segundo lugar mundial em juros reais com 4,30% atrás da Rússia com 4,57% e seguido por Turquia com 3,63%.
Nos últimos lugares do ranking estão países com juros reais negativos como Espanha (2,29%), Reino Unido (-2,37%) e Bélgica (-2,48%).
A Venezuela foi excluída por falta de dados confiáveis e a Nova Zelândia foi incluída por sua importância regional.
Veja a taxa de juros reais (juro atual menos inflação dos próximos 12 meses) das 40 economias analisadas:
Taxa | |
---|---|
Rússia | 4,57% |
Brasil | 4,30% |
Turquia | 3,63% |
Indonésia | 3,36% |
Colômbia | 2,57% |
México | 1,96% |
Índia | 1,67% |
China | 1,56% |
África do Sul | 1,22% |
Argentina | 0,73% |
Tailândia | 0,13% |
Singapura | 0,12% |
Nova Zelândia | 0,11% |
Malásia | -0,07% |
Chile | -0,13% |
Polônia | -0,23% |
Filipinas | -0,31% |
Austrália | -0,41% |
Japão | -0,56% |
Israel | -0,58% |
Canadá | -0,97% |
Coreia do Sul | -1,01% |
Hong Kong | -1,05% |
Suíça | -1,06% |
Dinamarca | -1,24% |
Taiwan | -1,28% |
Grécia | -1,32% |
Estados Unidos | -1,39% |
Portugal | -1,52% |
França | -1,52% |
Itália | -1,61% |
Holanda | -1,71% |
República Tcheca | -1,89% |
Alemanha | -1,90% |
Áustria | -2,00% |
Suécia | -2,04% |
Hungria | -2,26% |
Espanha | -2,29% |
Reino Unido | -2,37% |
Bélgica | -2,48% |
Média geral | -0,20% |