Economia

Com divulgação da ata, BC reafirma cortes de 0,5 pp da Selic nas próximas reuniões do Copom

Queda de juros de 0,75 pp dependeria, segundo colegiado, de "surpresas positivas substanciais”

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília. (Marcelo Casal/Agência Brasil)

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília. (Marcelo Casal/Agência Brasil)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 8 de agosto de 2023 às 08h49.

Última atualização em 8 de agosto de 2023 às 08h50.

O Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou na ata da última reunião, divulgada nesta terça-feira, 8, que os membros concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões.

Segundo o colegiado, esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.

Leia mais: Análise: queda da Selic marca divisão na diretoria do BC e Campos Neto faz gesto ao governo

"Tal ritmo conjuga, de um lado, o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária e, de outro, o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência. Avaliou-se ainda que não há evidência de que esteja em curso um aperto além do que seria necessário para a convergência da inflação para a meta e que o cenário ainda inspira cautela, reforçando a visão de serenidade e moderação que o Comitê tem expressado”, informaram os diretores do Banco Central (BC), na ata do Copom.

Corte de 0,75 p.p.: pouco provável

Além disso, os membros do Copom julgaram como pouco prováveis cortes de 0,75 ponto percentual, como é debatido por parte do mercado, já que isso exigiria “surpresas positivas substanciais” que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva.

“Tal confiança viria apenas com uma alteração significativa dos fundamentos da dinâmica da inflação, tais como uma reancoragem bem mais sólida das expectativas, uma abertura contundente do hiato do produto ou uma dinâmica substancialmente mais benigna do que a esperada da inflação de serviços”, afirmou o BC.

Os diretores do BC também mandaram um recado duro para quem já cogita que que a autoridade monetária abandonará o compromisso de combater a inflação na medida que mais indicados do PT tomem posse no colegiado.

Leia também: Selic: para 2023, tendência parece clara. Importam, agora, as dúvidas sobre 2024

“Por fim, mencionou-se a hipótese de percepção dos agentes de que, ao longo do tempo, o Banco Central poderia tornar-se mais leniente no combate à inflação. Foi unânime o entendimento de que, independentemente da composição da diretoria colegiada ao longo do tempo, deve-se garantir a credibilidade e a reputação da Instituição”, informou o BC.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralSelicJurosInflação

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor