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Com ajustes fiscais, economia deve melhorar em 2016, diz S&P

A piora do país será temporária, na medida em que o ajuste na economia seja mantido e executado pelo governo, avaliou diretora da agência

S&P: as correções em curso na economia "são amplas", e incluem várias medidas, com mudanças em benefícios sociais e cortes de gastos (Stan Honda/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de março de 2015 às 13h51.

Nova York e São Paulo - A diretora-gerente de ratings soberanos da Standard & Poor's (S&P), Lisa Schineller, afirmou em teleconferência nesta terça-feira, 24, que o Brasil está enfrentando um ano extremamente desafiador, tanto na política como na economia e os últimos indicadores têm evidenciado este ambiente, como a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff .

A avaliação da agência de classificação de risco, porém, é que a piora do País será temporária, na medida em que o ajuste na economia seja mantido e executado pelo governo.

As correções em curso na economia "são amplas", e incluem várias medidas, com mudanças em benefícios sociais e cortes de gastos, frisou Lisa na teleconferência.

"Algumas das quais precisam de aprovação do Congresso, mas 80% podem ser gerenciadas pelo próprio Tesouro", ressaltou.

"Será bastante desafiador, mas acreditamos que há apoio (de Dilma Rousseff) para estas medidas. A chave será a articulação futura com o Congresso."

A diretora da S&P frisou que, desde que a agência rebaixou o rating brasileiro em março do ano passado, alguns componentes importantes que fazem parte da avaliação de risco soberano do País pioraram.

Ela citou os indicadores fiscais e o crescimento da economia.

No lado fiscal, Lisa ressaltou que a deterioração dos indicadores no ano passado foi pior que o esperado, com o déficit do governo em 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

"Esperamos que este déficit caia para a casa dos 5%, nível ainda elevado, e se movendo para um nível um pouco menor, por causa de algumas medidas do ajuste."

Ao mesmo tempo que ocorreu a piora de alguns indicadores, o governo passou a fazer um ajuste "significativo" nas políticas fiscal e monetária, fator que não estava nas expectativas no cenário base traçado pela S&P quando rebaixou o Brasil em março do ano passado para apenas um nível acima da nota grau de investimento.

"A correção na política econômica em curso é chave e esperamos a execução das medidas ao longo do ano. Este é o fator principal porque reafirmamos o rating e mantivemos a perspectiva estável", afirmou Lisa hoje na teleconferência.

Segundo ela, normalmente a perspectiva estável para um rating BBB- significa que a nota voltaria a ser revista em um prazo de 18 a 24 meses, mas em função da atual situação do Brasil esse período deve ser menor.

"Quando se pensa nos desafios do ambiente político, monitorar a execução do ajuste fiscal neste ano é essencial", afirmou.

Lisa frisou em diversos momentos que o Brasil está crescendo muito pouco, deve ter contração este ano na atividade econômica, mas as coisas devem melhorar em 2016, por conta do ajuste.

"Vemos estes movimentos de piora e assumimos que será temporário e a correção na política econômica em curso será mantida, executada e levará a uma melhora gradual ao longo do tempo", afirmou.

No ajuste, além das medidas fiscais, ela frisou que as taxas de juros devem permanecer altas, para conter a inflação.

Ao mesmo tempo, a diretora da S&P frisou que a dinâmica da Petrobras é essencial para o rating soberano brasileiro e afirmou que a agência acredita que o "governo multo provavelmente daria suporte extraordinário à empresa", se preciso.

"Não está no nosso cenário base que um apoio extraordinário a Petrobras é necessário", afirmou.

Porém, esse apoio do governo à Petrobras poderia pressionar as contas fiscais, ressaltou.

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"Algumas das quais precisam de aprovação do Congresso, mas 80% podem ser gerenciadas pelo próprio Tesouro", ressaltou.

"Será bastante desafiador, mas acreditamos que há apoio (de Dilma Rousseff) para estas medidas. A chave será a articulação futura com o Congresso."

A diretora da S&P frisou que, desde que a agência rebaixou o rating brasileiro em março do ano passado, alguns componentes importantes que fazem parte da avaliação de risco soberano do País pioraram.

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No lado fiscal, Lisa ressaltou que a deterioração dos indicadores no ano passado foi pior que o esperado, com o déficit do governo em 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

"Esperamos que este déficit caia para a casa dos 5%, nível ainda elevado, e se movendo para um nível um pouco menor, por causa de algumas medidas do ajuste."

Ao mesmo tempo que ocorreu a piora de alguns indicadores, o governo passou a fazer um ajuste "significativo" nas políticas fiscal e monetária, fator que não estava nas expectativas no cenário base traçado pela S&P quando rebaixou o Brasil em março do ano passado para apenas um nível acima da nota grau de investimento.

"A correção na política econômica em curso é chave e esperamos a execução das medidas ao longo do ano. Este é o fator principal porque reafirmamos o rating e mantivemos a perspectiva estável", afirmou Lisa hoje na teleconferência.

Segundo ela, normalmente a perspectiva estável para um rating BBB- significa que a nota voltaria a ser revista em um prazo de 18 a 24 meses, mas em função da atual situação do Brasil esse período deve ser menor.

"Quando se pensa nos desafios do ambiente político, monitorar a execução do ajuste fiscal neste ano é essencial", afirmou.

Lisa frisou em diversos momentos que o Brasil está crescendo muito pouco, deve ter contração este ano na atividade econômica, mas as coisas devem melhorar em 2016, por conta do ajuste.

"Vemos estes movimentos de piora e assumimos que será temporário e a correção na política econômica em curso será mantida, executada e levará a uma melhora gradual ao longo do tempo", afirmou.

No ajuste, além das medidas fiscais, ela frisou que as taxas de juros devem permanecer altas, para conter a inflação.

Ao mesmo tempo, a diretora da S&P frisou que a dinâmica da Petrobras é essencial para o rating soberano brasileiro e afirmou que a agência acredita que o "governo multo provavelmente daria suporte extraordinário à empresa", se preciso.

"Não está no nosso cenário base que um apoio extraordinário a Petrobras é necessário", afirmou.

Porém, esse apoio do governo à Petrobras poderia pressionar as contas fiscais, ressaltou.

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