Economia

CNI prevê alta de 2,4% do PIB e expansão de 2,1% para indústria em 2024

A projeção consta do Informe Conjuntural do primeiro trimestre, divulgado pela entidade nesta terça-feira, 16

Indústria: CNI prevê PIB industrial de 2,1% em 2024 (Divulgação/Agência Brasil)

Indústria: CNI prevê PIB industrial de 2,1% em 2024 (Divulgação/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 16 de abril de 2024 às 09h00.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê uma alta de 2 4% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e uma expansão do PIB industrial de 2,1%. A projeção consta do Informe Conjuntural do primeiro trimestre, divulgado pela entidade nesta terça-feira 16.

"A atividade econômica iniciou 2024 mais aquecida do que apontavam as expectativas no fim de 2023. Após o PIB ter registrado crescimento nulo no terceiro e no quarto trimestres de 2023, os dados mais recentes indicam que a atividade econômica voltou a se expandir. Diversos fatores explicam os resultados recentes e darão impulso para a atividade econômica até o fim de 2024", diz o Informe.

A expectativa da indústria é que o crescimento seja mais equilibrado entre os setores, com aumento de 2,0% da indústria da construção e 1,7% da transformação. A previsão é que a indústria extrativa também mantenha crescimento elevado, de 3 1%.

A previsão da CNI é que a indústria da construção reagirá positivamente neste ano, depois de recuar 0,5% no ano passado. "Além da queda de juros, a regulamentação do programa Minha Casa Minha Vida e o avanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) são estímulos para o setor", diz a entidade.

Já a alta do PIB da indústria de transformação é esperado pelo aumento da demanda por produtos industriais, em decorrência do aumento da massa de rendimentos e da expansão do crédito.

"As quedas da inflação e dos juros, o aquecimento do mercado de trabalho e a possibilidade de mais acesso ao crédito são os principais fatores que vêm dando mais estímulos à economia desde o final de 2023. Apesar da projeção para o PIB ser menor que o ano passado, a composição do crescimento esperado para 2024 é positiva e mais equilibrada", afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.

De acordo com o Informe Conjuntural, a inflação deve seguir em desaceleração e terminará 2024 em 3,6%. Além disso, a CNI projeta que o Banco Central reduzirá a taxa de juros Selic para 9,0% até o final deste ano. "É relevante destacar que, mesmo que a Selic atinja esse nível, a política monetária seguirá contracionista em todo o ano de 2024, ainda que com menor intensidade que em 2023", destaca.

Com relação aos rendimentos do setor, a expectativa é que a massa de rendimento real da indústria tenha crescimento de 4,0%. "O aquecimento do mercado de trabalho, verificado ao longo de 2023, manteve-se no início de 2024 e deve contribuir com resultados positivos no primeiro trimestre do ano. É esperada uma contribuição maior do mercado de trabalho na atividade econômica em relação à prevista no final de 2023."

As expectativas também são positivas com relação às concessões de crédito. A previsão do Informe Conjuntural é que elas cresçam 6,3% neste ano em razão das reduções da Selic e do aumento da massa de rendimentos reais, que contribuem para reduzir a inadimplência e o comprometimento da renda das famílias.

Agropecuária em queda

A CNI prevê que o PIB da Agropecuária vai recuar 4,0% neste ano, depois do crescimento excepcional de 2023, de 15,1%. "O setor vem sendo impactado pela redução nas safras de culturas relevantes, como soja e milho, que apresentam projeções revistas para baixo por conta dos impactos climáticos negativos provocados pelo fenômeno El Niño."

Consumo e investimentos

A CNI destaca que os fatores de crescimento em 2024 - inflação e juros em queda, aumento da massa de rendimentos e aumento do crédito, principalmente - estimulam, sobretudo, o consumo das famílias. A previsão é que o consumo das famílias cresça 2,5% neste ano.

E diferente do ano passado, a expectativa é de alta do investimento. Segundo o Informe Conjuntural, a formação bruta de capital fixo deverá aumentar 2,8% em 2024, após um 2023 com queda de 3,0%.

"Além do cenário de crédito mais favorável, programas como o de Depreciação Acelerada, o novo Marco Legal das Garantias e a Nova Indústria Brasil, além da perspectiva de melhor desempenho da Indústria de Construção, deverão gerar impactos positivos sobre os investimentos em 2024."

Acompanhe tudo sobre:IndústriaCNI – Confederação Nacional da IndústriaPIBPIB do Brasil

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor