Robson de Andrade, presidente da CNI, conversou com Dilma sobre o assunto (Reginaldo Teixeira/Contigo)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2011 às 11h51.
Brasília - O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, pediu nesta sexta-feira que a presidente Dilma Rousseff tome medidas urgentes para conter a valorização do real frente ao dólar.
"A taxa de câmbio é um problema que o Governo brasileiro pode resolver a curto prazo. A presidente Dilma concorda plenamente com essa agenda, acha que nós temos que agir de maneira rápida, eficiente", disse Andrade em entrevista coletiva concedida após se reunir com a governante.
O presidente da CNI sugeriu a Dilma que o Governo imponha tributos que taxem a entrada no Brasil de capitais destinados ao mercado financeiro, para frear os fluxos especulativos.
Andrade argumentou que a "urgência" do setor industrial se deve ao fato de a atual taxa de câmbio, que situa o real em seu valor mais alto frente ao dólar desde agosto de 2008, "incentiva a compra de produtos no exterior".
O real se apreciou nesta sexta-feira 1,16% frente ao dólar e acumulou uma alta de 2,89% na semana, o que levou o bilhete verde a ser vendido a R$ 1,612 na taxa de câmbio comercial, segundo o Banco Central.
Apesar da alta da divisa brasileira, no primeiro trimestre deste ano as exportações cresceram mais que as importações (28,5% contra 23,3%), segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira.
Uma projeção divulgada no final de março pelo Banco Central prevê que o superávit comercial deste ano será de R$ 15 bilhões, inferior ao de US$ 20,278 bilhões de 2010.
A autoridade monetária baseia suas projeções na forte apreciação do real frente ao dólar, que diminui a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, e no aumento do consumo interno, que fez crescer a demanda de bens importados.