CNI aposta em recuperação lenta nos próximos meses
O faturamento real da indústria registrou queda de 0,7% na comparação com o mesmo período de 2011 e que o volume de horas trabalhadas ficou 1% menor
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2012 às 13h33.
Brasília - A indústria deve se recuperar nos próximos meses, na avaliação do gerente-executivo de Políticas Econômicas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco. "É possível ter dados positivos nos próximos meses, mas a indústria deve mostrar recuperação lenta, mais suave", afirmou nesta terça-feira em entrevista à imprensa.
Castelo Branco salientou que, no primeiro bimestre do ano, o faturamento real da indústria registrou queda de 0,7% na comparação com o mesmo período de 2011 e que o volume de horas trabalhadas ficou 1% menor nessa base de comparação. "A indústria está trabalhando hoje em um nível inferior do que nos dois primeiros meses de 2011", comparou. "O quadro de início de ano de dificuldade é claro", acrescentou.
O executivo ressaltou que, apesar dessa queda, o faturamento da indústria cresceu 1,5% em fevereiro ante janeiro, já dessazonalizado. "Essa ambiguidade vem desde o fim de 2011. Vemos que os números estão alternando entre meses positivos e negativos. Isso não nos permite traçar uma trajetória clara da indústria em termos de recuperação."
Castelo Branco disse que a CNI está revisando suas projeções macroeconômicas e que os números serão apresentados na quinta-feira. Para ele, o quadro internacional está menos incerto, há retomada do ciclo da queda de juros, a taxa de câmbio está mais valorizada e a adoção de medidas setoriais pelo governo são fatores positivos. "A demanda doméstica também segue em alta, mas não tão forte quando em 2010", comparou.
Na opinião dele, há dificuldade de que a demanda doméstica alcance o segmento industrial, por conta da alta competitividade dos produtos estrangeiros, do câmbio, do aumento de custo com encargos trabalhistas, de energia elétrica, além da elevada carga tributária. "Mesmo assim, o quadro está um pouco menos agudo do que em 2011."
Câmbio, a grande dificuldade
Apesar da elevação recente da taxa de câmbio, o assunto ainda é uma pedra no sapato da indústria. "A própria abertura da economia, que trouxe insumos de importados, faz com que o câmbio tenha impactos heterogêneos entre os setores", declarou Castelo Branco. Ele destacou que o câmbio afeta negatividade a competitividade dos produtos brasileiros. "A manutenção do câmbio mais desvalorizado certamente vai ajudar, mas a taxa tem oscilado bastante. E taxas mais desvalorizadas foram vistas em períodos de maior instabilidade no mercado internacional."
Para Castelo Branco, as medidas tomadas pelo governo recentemente ajudaram a diminuir a atratividade de entrada de dólares no Brasil, embora a indústria ainda tenha dificuldades para competir com produtos estrangeiros. "A competitividade dos produtos brasileiros é um desafio permanente."
Novo salário mínimo pode ajudar
A indústria acredita que o reajuste do salário mínimo no início do ano - pago a partir de fevereiro - possa impulsionar a produção fabril. Para Castelo Branco, esse movimento tende a ser mais rápido do que as medidas anunciadas pelo governo para impulsionar o setor. "Muitas das medidas anunciadas em agosto só começaram a se efetivar no início de 2012", declarou, citando a desoneração da folha de pagamentos para quatro setores e o Reintegra, programas do Plano Brasil Maior anunciado no ano passado. Em março, houve uma segunda etapa de ampliação do pacote do governo para estimular a indústria.
"O que pode dar impacto é a expectativa de maior demanda com o recebimento dos reajustes previdenciários e do salário mínimo em janeiro", comentou. A elevação da renda pode aumentar o volume de encomendas para indústria. "Mas ainda é difícil avaliar quanto."
Brasília - A indústria deve se recuperar nos próximos meses, na avaliação do gerente-executivo de Políticas Econômicas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco. "É possível ter dados positivos nos próximos meses, mas a indústria deve mostrar recuperação lenta, mais suave", afirmou nesta terça-feira em entrevista à imprensa.
Castelo Branco salientou que, no primeiro bimestre do ano, o faturamento real da indústria registrou queda de 0,7% na comparação com o mesmo período de 2011 e que o volume de horas trabalhadas ficou 1% menor nessa base de comparação. "A indústria está trabalhando hoje em um nível inferior do que nos dois primeiros meses de 2011", comparou. "O quadro de início de ano de dificuldade é claro", acrescentou.
O executivo ressaltou que, apesar dessa queda, o faturamento da indústria cresceu 1,5% em fevereiro ante janeiro, já dessazonalizado. "Essa ambiguidade vem desde o fim de 2011. Vemos que os números estão alternando entre meses positivos e negativos. Isso não nos permite traçar uma trajetória clara da indústria em termos de recuperação."
Castelo Branco disse que a CNI está revisando suas projeções macroeconômicas e que os números serão apresentados na quinta-feira. Para ele, o quadro internacional está menos incerto, há retomada do ciclo da queda de juros, a taxa de câmbio está mais valorizada e a adoção de medidas setoriais pelo governo são fatores positivos. "A demanda doméstica também segue em alta, mas não tão forte quando em 2010", comparou.
Na opinião dele, há dificuldade de que a demanda doméstica alcance o segmento industrial, por conta da alta competitividade dos produtos estrangeiros, do câmbio, do aumento de custo com encargos trabalhistas, de energia elétrica, além da elevada carga tributária. "Mesmo assim, o quadro está um pouco menos agudo do que em 2011."
Câmbio, a grande dificuldade
Apesar da elevação recente da taxa de câmbio, o assunto ainda é uma pedra no sapato da indústria. "A própria abertura da economia, que trouxe insumos de importados, faz com que o câmbio tenha impactos heterogêneos entre os setores", declarou Castelo Branco. Ele destacou que o câmbio afeta negatividade a competitividade dos produtos brasileiros. "A manutenção do câmbio mais desvalorizado certamente vai ajudar, mas a taxa tem oscilado bastante. E taxas mais desvalorizadas foram vistas em períodos de maior instabilidade no mercado internacional."
Para Castelo Branco, as medidas tomadas pelo governo recentemente ajudaram a diminuir a atratividade de entrada de dólares no Brasil, embora a indústria ainda tenha dificuldades para competir com produtos estrangeiros. "A competitividade dos produtos brasileiros é um desafio permanente."
Novo salário mínimo pode ajudar
A indústria acredita que o reajuste do salário mínimo no início do ano - pago a partir de fevereiro - possa impulsionar a produção fabril. Para Castelo Branco, esse movimento tende a ser mais rápido do que as medidas anunciadas pelo governo para impulsionar o setor. "Muitas das medidas anunciadas em agosto só começaram a se efetivar no início de 2012", declarou, citando a desoneração da folha de pagamentos para quatro setores e o Reintegra, programas do Plano Brasil Maior anunciado no ano passado. Em março, houve uma segunda etapa de ampliação do pacote do governo para estimular a indústria.
"O que pode dar impacto é a expectativa de maior demanda com o recebimento dos reajustes previdenciários e do salário mínimo em janeiro", comentou. A elevação da renda pode aumentar o volume de encomendas para indústria. "Mas ainda é difícil avaliar quanto."