Economia

CNC prevê maior endividamento das famílias em 3 meses

Em novembro, o porcentual de endividados ficou em 63,2%, ante 62,1% em outubro


	Imóveis: a expansão no financiamento de imóveis é destaque no próximo ano, segundo economista
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Imóveis: a expansão no financiamento de imóveis é destaque no próximo ano, segundo economista (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2013 às 12h41.

Rio - O nível de endividamento das famílias deve aumentar ainda mais nos próximos três meses, afirmou a economista Marianne Hanson, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em novembro, o porcentual de endividados ficou em 63,2%, ante 62,1% em outubro. Por outro lado, o ritmo de contratação de novas dívidas deve ser reduzido em 2014.

"Dá para esperar que, com uma taxa de juros maior, as famílias desistam de contratar novos empréstimos ou financiamentos. Com esse movimento de alta de política monetária e um cenário com renda crescendo menos, fica cada vez mais difícil. Há pouco espaço para acomodar novos financiamentos", explica Marianne.

O ano que vem também será marcado pelo ritmo menor de expansão na oferta de crédito, diz a economista.

Neste mês, o aumento no nível de endividamento veio acompanhado de moderação no consumo. Segundo a economista, isso demonstra que as famílias têm recorrido ao crédito pessoal (incluindo o consignado) como ferramenta para reorganizar o orçamento já comprometido por outros empréstimos.

A expansão no financiamento de imóveis também é destaque - 7,2% do total de famílias têm esse tipo de conta para pagar.

A tentativa das famílias de reorganizar suas contas a partir de novos empréstimos foi a principal influência para o aumento do endividamento. Isso poderia sinalizar para um possível aumento na inadimplência nos próximos meses, observa a economista.


Mas, apesar de o custo do crédito estar mais caro (desde o ciclo de alta de juros iniciado em abril) e da redução no ritmo de crescimento da renda, o prazo alongado para o pagamento tem ajudado a manter essa estatística baixa.

Em novembro, o porcentual das famílias que têm dívidas ou contas em atraso recuou para 21,2% em novembro, ante 21,6% no mês passado. Segundo Marianne, isso mostra que o perfil de endividamento não se reflete em inadimplência, pelo menos por enquanto. "No futuro, com o aumento dos juros, ficará mais difícil renegociar. Isso pode levar a uma alta da inadimplência."

Além disso, a renda extra do 13º salário pode ajudar as famílias na quitação de dívidas em atraso. Já em janeiro e fevereiro, meses em que há reajustes em tarifas e mensalidades, além da cobrança de impostos e outras despesas pontuais, tanto o endividamento como a inadimplência podem registrar certa elevação.

"É importante ressaltar que houve desaceleração no consumo, mas as pessoas continuam comprando. Não há queda nas vendas, nem na oferta de crédito. O movimento ainda é compatível", avaliou Marianne.

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