Economia

CNC prevê crescimento menor de vendas no Natal deste ano

A confederação prevê um crescimento de 4,5%, ante 8,1% no mesmo período de 2012


	Shopping com decoração de Natal: o mercado espera alta de 1,8% nas contratações, com 122,9 mil novos trabalhadores
 (Marcello Casal Jr./ABr)

Shopping com decoração de Natal: o mercado espera alta de 1,8% nas contratações, com 122,9 mil novos trabalhadores (Marcello Casal Jr./ABr)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2013 às 14h18.

Rio - O desempenho das vendas do varejo no Natal deste ano deve ser inferior ao do ano passado. A Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê um crescimento de 4,5%, ante 8,1% no mesmo período de 2012. A desaceleração também atinge as projeções de vagas de trabalhos temporários. O mercado espera alta de 1,8% nas contratações, com 122,9 mil novos trabalhadores. No ano passado, as contratações temporárias aumentaram 3,1%.

Segundo Fábio Bentes, economista responsável pela pesquisa, "é inegável que há um tombo" nas projeções de crescimento, mas ele explicou que os números de 2012 foram beneficiados pela redução do IPI dos produtos de bens duráveis. "Realmente, no Natal de 2012, o crescimento foi artificializado pelas alíquotas reduzidas do IPI. Agora, além da retirada dos estímulos, o setor foi atrapalhado pela inflação alta no primeiro semestre, além de uma acomodação no mercado de trabalho e o encarecimento do crédito, em função da alta de juros", justificou o economista.

Nos últimos dez anos, os bens duráveis representaram o principal motor do crescimento do comércio, segundo Bentes. Ele destacou que o item chegou a registrar pico de alta de 15% nas vendas no período. "Agora, as incertezas com o câmbio também podem minar a capacidade dos bens duráveis de puxar o crescimento do comércio." A pesquisa foi feita com base na previsão da taxa de câmbio a R$ 2,25, mas, com a forte desvalorização cambial dos últimos dias, que elevou a cotação do dólar a mais de R$ 2,40, é possível que o impacto no comércio seja maior. "Ainda podemos revisar as projeções, mas não será uma mudança drástica. Preferimos acreditar que as medidas tomadas pelo Banco Central para segurar o câmbio vão surtir efeito", acrescentou.

Os setores mais expostos à variação cambial também já diminuem suas projeções de contratações. Segmentos como informática e comunicação e artigos de uso pessoal projetam quedas de 0,1% e 1,1% na geração de vagas temporárias. Na pesquisa da CNC, o setor de vestuário é o que sinaliza a maior expectativa de crescimento na oferta de vagas temporárias. O setor corresponde a 56,5% das 122,9 mil vagas estimadas pela confederação. Em segundo lugar, está o setor de hiper e mercados, com 22,5% de participação. As contratações acontecem entre setembro e novembro e a expectativa é que um em cada oito funcionários temporários sejam efetivados.

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