CMN: meta de inflação para 2021 cai para 3,75%
Metas de inflação para 2019 e 2020 foram mantidas, respectivamente, em 4,25% e 4%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo
Reuters
Publicado em 26 de junho de 2018 às 18h25.
Última atualização em 26 de junho de 2018 às 19h49.
O Conselho Monetário Nacional (CMN ) fixou a meta de inflação para 2021 em 3,75 por cento pelo IPCA com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, como “mais um passo para a obtenção, de forma sustentável, de taxas de inflação mais baixas na economia brasileira”, informou o Ministério da Fazenda em comunicado nesta terça-feira.
O CMN, formado pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento e pelo Banco Central, manteve as metas já definidas anteriormente até 2020. O centro da meta de inflação para este ano é de 4,5 por cento, de 4,25 por cento para 2019 e de 4 por cento para 2020, todas com margem de 1,5 ponto.
“A percepção de que a economia brasileira pode conviver com taxas de inflação mais baixas de forma sustentável se manifesta nas expectativas dos analistas de mercado”, diz o comunicado.
“Esta perspectiva da inflação foi beneficiada pelo redirecionamento da política econômica e a adoção de reformas e ajustes que, combinados com a condução da política monetária, permitiram reancorar as expectativas de inflação.”
Segundo a secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, foi possível manter a previsão de uma redução gradual na meta de inflação devido a uma atuação coordenada das políticas monetária e fiscal do governo federal.
“A meta de 2021 mais baixa foi possível por uma atuação coordenada de políticas monetária e fiscal”, disse em entrevista coletiva.
“Acreditamos que a atuação da política monetária nos dois últimos anos foi emblemática para demonstrar que é possível conviver com uma trajetória sinalizada de ajuste fiscal ao longo do tempo, que é o que acontece hoje no Brasil.”
A meta para 2021 foi aprovada pelo CMN que, desde o ano passado, passou a fixar objetivos para mais anos à frente. A intenção foi ampliar o horizonte da política monetária com mais transparência e ajudar a levar a inflação para níveis mais baixos e consistentes.
Entre 2005 e 2018, o centro da meta esteve em 4,5 por cento, mudando apenas a margem de tolerância.
A inflação brasileira tem ficado baixa, apesar de o BC já ter trazido a taxa básica de juros ao menor nível histórico de 6,50 por cento, em meio ao cenário de atividade econômica mais fraca do que o esperado e elevado desemprego, que afeta o consumo.
Segundo pesquisa Focus do BC, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, as projeções são de alta do IPCA de 4 por cento em 2020 e 2021. Para este ano e o próximo, estavam em 4 e 4,10 por cento, respectivamente.