Chineses questionam atratividade de ferrovias brasileiras
Durante encontro, os empresários alegaram que, pelo fato de não estarem interligadas, as ferrovias podem ter baixa rentabilidade
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de junho de 2017 às 14h14.
Brasília - Principal foco do governo para a atração de investimentos chineses, as ferrovias foram criticadas por potenciais investidores pelo fato de não comporem um sistema, durante o encontro empresarial Brasil-China, encerrado há pouco.
Os empresários chineses disseram que, pelo fato de não estarem interligadas, elas podem ter baixa rentabilidade. Um deles questionou se não seria possível separar a construção das linhas de sua operação.
O secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura do Ministério do Planejamento, Hailton Madureira, disse que há no Brasil opções nos três modelos.
Ele informou que o governo contratou a construção de linhas, como foi no caso da Norte-sul, cuja conclusão está prevista para o início do próximo ano. Mas, dadas as restrições fiscais, não há previsão de grandes contratações por ora, explicou.
Ele disse que o governo dialoga com o setor privado para ver se há interesse das empresas em construir um trecho da Ferrovia de Integração Oeste-leste (Fiol) e operar a parte que já foi construída com recursos públicos.
O trecho que está em construção liga o porto de Ilhéus (a ser construído) com minas de ferro no interior da Bahia. A parte a ser construída seguiria desse ponto até inteligar-se com a Ferrovia Norte-sul. A Fiol, disse o secretário, é o início da Ferrovia Bioceânica, considerada uma prioridade pelos chineses.
Outro projeto oferecido pelo secretário é uma sociedade para concluir a Transnordestina. Esse projeto é uma parceria do governo federal com a CSN, explicou ele. O governo está disposto a aportar sua parte no trecho que falta, mas a CSN busca um sócio privado para fazer sua parte.