China sobe taxas de commodities para conter especulação
Três bolsas parecem ter combinado as medidas, que vão tornar mais cara a negociação de commodities que vão do carvão siderúrgico à borracha
Reuters
Publicado em 8 de novembro de 2016 às 12h06.
Pequim - As principais bolsas de commodities da China anunciaram uma série de elevações de taxas e aumentos de margem para alguns de seus contratos mais voláteis e específicos, em produtos que vão desde o coque ao vidro, conforme autoridades tentam conter a especulação que está impulsionando uma alta nos preços.
Ao divulgar diversos comunicados em sequência nesta terça-feira, as três bolsas parecem ter combinado as medidas, que vão tornar mais cara a negociação de commodities que vão do carvão siderúrgico à borracha, disseram especialistas.
As medidas vêm após uma alta nos preços do carvão térmico que já dura meses na China, maior mercado de energia do mundo, e que não dá sinais de arrefecimento mesmo após Pesquim tentar elevar a oferta e acalmar os ânimos do efervescente mercado.
A bolsa de Xangai foi a primeira a agir, elevando taxas para o vergalhão de aço, usado principalmente na construção, e para os futuros da borracha. A bolsa alertou para os riscos de fortes variações de preços em alguns produtos em um segundo comunicado.
A bolsa de commodities de Dalian logo em seguida dobrou algumas taxas, elevando as margens mínimas e estabelecendo limites de negociação para o coque e o carvão siderúrgico.
A bolsa de commodities de Zhengzhou também elevou taxas de transação para os futuros do carvão térmico em mais 6 iuanes (0,89 dólar), na última de uma série de recentes aumentos.
As medidas são similares a iniciativas anunciadas mais cedo neste ano. Refletem ainda uma crescente frustração de Pequim com apostas de risco por investidores de varejo e com o dano às empresas devido aos custos em alta do carvão.
"O governo está muito atento à necessidade de esfriar um pouco o mercado", disse Wang Fei, analista de carvão da Huaan Futures.