Economia

China reforça presença econômica na América Latina

CNPC fechou acordo para adquirir uma filial da Petrobras no Peru, confirmando a vontade do gigante asiático de reforçar sua presença econômica na América Latina

Guarda em frente à sede da China National Petroleum Corp (CNPC): CNPC anunciou que a operação será de 2,6 bilhões de dólares (Peter Parks/AFP)

Guarda em frente à sede da China National Petroleum Corp (CNPC): CNPC anunciou que a operação será de 2,6 bilhões de dólares (Peter Parks/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2013 às 12h04.

Pequim - A maior produtora de petróleo da China, CNPC, fechou um acordo para adquirir uma filial da Petrobras no Peru, confirmando a vontade do gigante asiático de reforçar sua presença econômica na América Latina.

A China National Petroleum Corporation (CNPC) anunciou que a operação será de 2,6 bilhões de dólares.

A CNPC e sua entidade com cotação na Bolsa PetroChina comprarão em conjunto a empresa, segundo um comunicado da companhia estatal, que não esconde o desejo de reforçar a presença na América do Sul.

"A empresa adquirida possui três blocos de campos de petróleo e gás, com uma produção atual de 0,8 milhão de tonelada equivalente petróleo por ano, assim como reservas importantes", destacou a CNPC.

A maior produtora de petróleo da China afirma que a compra - submetida ao acordo dos governos envolvidos - permitirá "desenvolver suas operações na América Latina".

A CNPC e a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC), outro grupo estatal chinês, integraram no fim de outubro o consórcio que venceu o leilão para explorar o campo do pré-sal de Libra, no Brasil.

O consórcio, no qual as duas empresas chinesas têm 10% cada, também é integrado pela Petrobras, a anglo-holandesa Shell e a francesa Total.

O gigantesco campo de Libra, de 1.500 km2, situado na bacia de Santos, a 183 km da costa do Rio de Janeiro, poderá alcançar uma produção máxima de 1,4 milhão de barris diários em cinco anos, segundo estimativas oficiais.


A China, apesar da relativa desaceleração de seu crescimento econômico no primeiro semestre do ano, é o maior consumidor de energia no mundo e o segundo consumidor de petróleo do planeta, atrás dos Estados Unidos.

O gigante asiático é cada vez mais dependente das importações energéticas para cobrir suas necessidades de petróleo e gás. As principais empresas estatais chinesas do setor, CNPC, Sinopec e CNOOC, multiplicam as compras no exterior com o objetivo de aumentar e diversificar os recursos, e a América Latina é um dos mercados mais cobiçados.

Para Li Li, analista da empresa C1 Energy, "todo o mundo compete para ter acesso aos recursos energéticos do planeta" e, neste aspecto, o importante potencial brasileiro é muito visado.

"Toda a América do Sul está relativamente menos desenvolvida que o Brasil neste sentido, mas o continente possui abundantes reservas de combustíveis (já identificadas) e recursos (futuros), o que interessa muito às empresas chinesas", completa a analista.

Em setembro, a China se tornou o principal importador mundial de petróleo - com importações líquidas de 6,3 milhões de barris diários (mbd), segundo a a Agência de Informação sobre Energia (EIA) dos Estados Unidos.

O acordo para adquirir uma filial da Petrobras reforça as relações econômicas entre os dois países: a China já é o maior comprador de soja do Brasil, que é o 10º sócio comercial de Pequim.

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