Xi Jinping: presidente da China. (Justin Chin/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 5 de março de 2023 às 13h09.
Última atualização em 5 de março de 2023 às 15h21.
O governo chinês anunciou neste domingo, 5, uma meta de crescimento de "cerca de 5%" para o ano de 2023. O número faz parte do plano de retomada da economia do país, após a desaceleração causada pela pandemia de covid-19. No ano passado, a China cresceu 3%, um dos desempenhos mais fracos desde os anos de 1970.
Os planos foram anunciados pelo primeiro-ministro, Li Keqiang, durante o Congresso Nacional do Povo (NPC), o maior evento político da China, realizado anualmente em Pequim, onde são divulgadas as principais estratégias e medidas do governo chinês.
No texto lido pelo primeiro-ministro, ele disse que a meta é criar cerca de 12 milhões de empregos na área urbana. O déficit orçamentário deve ficar em 3% do Produto Interno Bruno (PIB). Li Keqiang pediu ainda um aumento dos gatos do consumidor, aumentando a renda familiar, mas não deu detalhes de como isso seria feito.
"A inflação global continua alta, o crescimento econômico e comercial global está perdendo força e as tentativas externas de reprimir e conter a China estão aumentando", disse Li Keqiang.
Para impulsionar a economia, a China vai manter seu foco em projetos de infraestrutura. O governo planeja um investimento de 550 bilhões de dólares neste ano. O orçamento militar terá um aumento de 7,2% em 2023, em um momento de contexto de Guerra na Ucrânia e constantes disputas políticas com os Estados Unidos.
É improvável que questões delicadas sejam debatidas na sessão parlamentar na qual Li Qiang, ex-líder do Partido Comunista Chinês em Xangai e político próximo a Xi Jinping, deve ser nomeado o novo primeiro-ministro.
Devem ser abordadas questões políticas, econômicas e sociais como a taxa de natalidade, o bem-estar animal, a educação sexual, o assédio online e as relações com Taiwan.
Apesar de a política de "zero covid" ter prejudicado a sua imagem, Xi mantém uma posição "bastante forte" na liderança do partido, tornando-o quase intocável, considera Alfred Muluan Wu, professor da Universidade Nacional de Singapura.
A segurança foi reforçada em Pequim nos últimos dias que antecederam ao evento, com controles na entrada da capital e agentes de segurança nas ruas e pontes.
(Com AFP)