Economia

China e Venezuela assinam 28 acordos de cooperação estratégica

Entre os acordos assinados entre Maduro e membros do governo chinês, destaca a concessão de 9,9% das ações da empresa mista petrolífera Sinovensa

Posso dizer que hoje a Venezuela está de pé, afirmou Maduro depois de assinar os acordos com a China (Miraflores Palace/Reuters)

Posso dizer que hoje a Venezuela está de pé, afirmou Maduro depois de assinar os acordos com a China (Miraflores Palace/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de setembro de 2018 às 14h31.

Pequim - A visita oficial do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, à China rendeu nesta sexta-feira a assinatura de vários acordos de cooperação estratégica nos setores de petróleo, mineração, economia, segurança, tecnologia e saúde, no marco da 16ª Comissão Mista entre os dois países.

"Hoje estão sendo assinados 28 acordos que ratificam o caminho do desenvolvimento compartilhado dos investimentos para tornar realidade o crescimento de nossas empresas mistas", disse Maduro em discurso em Pequim, antes de se reunir com o presidente da China, Xi Jinping.

Entre os acordos, assinados junto com o chanceler chinês e conselheiro de Estado, Wang Yi, se destacam a concessão de 9,9% das ações da empresa mista petrolífera Sinovensa, e a assinatura de um memorando de entendimento para o desenvolvimento das empresas de hidrocarbonetos Petrourica e Petrozumano.

Também foi assinado um acordo para fortalecer a cooperação entre a Corporação Nacional de Exploração de Gás da China (CNODC) e a Petróleos de Venezuela (PDVSA) com o objetivo de explorar o gás no país e outro de exploração do setor aurífero, com a empresa chinesa Yankuang Group.

Além disso, as partes assinaram um memorando de entendimento entre a empresa de tecnologia ZTE e o Ministério do Poder Popular para a Saúde venezuelano.

Maduro ressaltou que os acordos estão alinhados com o Programa de Recuperação, Crescimento e Prosperidade Econômica da Venezuela, iniciado no último dia 20, e afirmou que as relações comerciais entre ambas as nações "passaram pelas provações da crise financeira mundial".

"Tive que lidar com as medidas de sanções econômicas dos Estados Unidos e da Europa, que perseguiram as contas bancárias da Venezuela, sequestraram bilhões de dólares em contas internacionais e bloquearam nosso comércio", denunciou o presidente venezuelano.

Além disso, Maduro se referiu aos desafios "econômicos" que a Venezuela vive devido à "guerra imposta por países imperiais" e valorizou o apoio de China para solucioná-los.

"Graças aos acordos da comissão mista e à sólida relação entre China e Venezuela, nosso país pôde enfrentar essas circunstâncias e posso dizer que hoje a Venezuela está de pé", afirmou Maduro.

Já Wang disse que, "apesar das complexas circunstâncias internacionais, a China está disposta a trabalhar com a Venezuela para fortalecer as trocas comerciais e a amizade entre ambos os países, por isso será necessário otimizar os modelos de cooperação, a fim de enriquecer a associação estratégica".

"Os líderes vão chegar a novos consensos, vão elevar a qualidade e a quantidade da cooperação. Nossa relação está em uma importante etapa de desenvolvimento; queremos que continue sendo sólida e que avançando", ressaltou Wang.

A inesperada visita de Maduro a Pequim ocorre em um momento no qual a Venezuela vive graves dificuldades econômicas e pouco depois de a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, viajar nesta mesma semana ao país asiático, onde se reuniu com o presidente da Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC), Zhang Jianhua.

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