Economia

China doará R$ 12,3 bilhões para combate à mudança climática

A China anunciou que criará um novo fundo de 20 bilhões de iuanes para ajudar países pobres a combater a mudança climática


	Emissões saindo de fábricas
 (SXC.Hu)

Emissões saindo de fábricas (SXC.Hu)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2015 às 16h24.

Washington - A China anunciou nesta sexta-feira que criará um novo fundo de 20 bilhões de iuanes (R$ 12,3 bilhões) para ajudar países pobres a combater a mudança climática, e confirmou que em 2017 iniciará um sistema nacional de comércio de direitos de emissões de CO2.

Os anúncios fazem parte de uma nova declaração presidencial conjunta sobre a mudança climática dos presidentes chinês, Xi Jinping, e americano, Barack Obama, que visa avançar sobre os compromissos anunciados por ambos os líderes em novembro de 2014 e dar exemplo antes da Cúpula do Clima de dezembro, em Paris.

"A China anuncia que disponibilizará 20 bilhões de iuanes para iniciar o Fundo de Cooperação para o Clima Sul-Sul, que apoiará outros países em desenvolvimento a combater a mudança climática", indicou a declaração presidencial.

Embora a contribuição da China não seja destinada diretamente ao Fundo Verde sobre o Clima das Nações Unidas, poderá ajudar os países a "melhorar sua capacidade de ter acesso" ao financiamento desse fundo, de acordo com a declaração.

O anúncio da China segue a mesma linha do que foi feito pelos Estados Unidos em novembro do ano passado, quando o país informou que doaria US$ 3 bilhões (R$ 11,8 bilhões) ao Fundo Verde para o Clima, criado para tramitar transferências de modo que os países vulneráveis à mudança climática possam resistir às consequências.

Além disso, a China confirmou que em 2017 iniciará um sistema nacional de comércio de direitos de emissão de CO2, mecanismo utilizado em diversos países europeus para limitar os gases do efeito estufa.

Esse sistema consiste em estabelecer um limite para as emissões de carbono e uma permissão para que as empresas do país que não alcançarem esse limite possam vender créditos a outras que ultrapassarem o máximo.

Dessa maneira, as empresas mais poluentes podem continuar a poluindo mais que o permitido, enquanto o nível geral das emissões será mantido sob o limite definido.

O sistema se baseará em um programa piloto que já foi implementado em várias cidades chinesas desde 2013, e que agora será aplicado a "setores industriais importantes como o de ferro e aço, geração de energia elétrica, química, materiais de construção, fabricação de papel e metais não ferrosos", segundo a declaração.

Os Estados Unidos implementaram um sistema similar durante o primeiro ano de Obama no poder, em 2009, mas o Senado recusou a medida.

As duas maiores potências do mundo também se comprometeram hoje a projetar regulações que limitem as emissões de veículos pesados para 2016 e a implementá-las para 2019.

Esses compromissos buscam ir mais à frente dos anunciados durante a reunião de novembro de 2014 entre Obama e Xi em Pequim, quando ambos divulgaram um acordo para limitar suas emissões com a esperança de que sirva de exemplo às vésperas das negociações de um acordo global vinculativo em Paris. 

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