Bandeiras da China e dos EUA: os dois países protagonizavam há vários meses uma guerra comercial (Jason Lee/Reuters)
AFP
Publicado em 4 de agosto de 2018 às 09h46.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou neste sábado que a ameaça de seu país de impor tarifas de 60 bilhões de dólares a importações de produtos americanos em um contexto de guerra comercial está "plenamente justificada".
Pequim ameaçou na sexta-feira elevar as taxas sobre as importações depois que o governo americano ameaçou aumentar de 10% a 25% as tarifas de importações de produtos de chineses por um valor de 200 bilhões de dólares.
Os dois países protagonizam há vários meses uma guerra comercial, desde que o governo dos Estados Unidos acusou a China de práticas comerciais desleais e de roubo de tecnologia.
Em declarações à margem do fórum econômico da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em Singapura, Wang Yi afirmou que a ameaça da China é "plenamente justificada e necessária".
"Estas medidas são adotadas para defender os interesses do povo chinês e do sistema de livre comércio global", apoiado pela Organização Mundial do Comércio (OMC), completou.
Wang também respondeu as declarações de um assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, que ironizou a ameaça econômica da China ao chamá-la de "frágil" e disse que a segunda maior economia do mundo tem "problemas" importantes.
"Se a economia da China vai bem ou não, acredito que está claro para a comunidade internacional global", disse Wang, antes de afirmar que o país contribui muito para o crescimento mundial.
"Não vejo porque chegou à conclusão de que a economia da China não vai bem", completou.
Em julho, o governo dos Estados Unidos adotou tarifas de 25% sobre bens chineses importados equivalentes a 34 bilhões de dólares. Outros produtos, no valor de 16 bilhões, serão afetados por uma medida similar nas próximas semanas.
Poucos dias depois, Washington anunciou uma lista de outros produtos chineses no valor de 200 bilhões de dólares que podem ser afetados por tarifas de importação de 10%.