EUA e China: é esperado que Washington em breve implemente tarifas sobre mais 16 bilhões de dólares em bens chineses (Hyungwon Kang/Reuters)
Reuters
Publicado em 19 de maio de 2018 às 16h24.
Última atualização em 19 de maio de 2018 às 16h24.
Washingotn - A China concordou em adotar medidas para aumentar as importações dos Estados Unidos e reduzir o déficit comercial dos EUA disseram os dois países neste sábado, embora sem mencionar a meta de 200 bilhões de dólares que a Casa Branco havia falado antes.
Pequim e Washington concordaram que continuarão conversando sobre medidas segundo as quais a China importará mais commodities dos EUA para reduzir o déficit comercial anual de 335 bilhões de dólares entre os dois países que ameaçou dar início a uma guerra comercial global.
"Houve consenso sobre adotar medidas efetivas para reduzir substancialmente o déficit comercial dos Estados Unidos em bens com a China", disse comunicado conjunto.
"Para atender às crescentes necessidades de consumo do povo chinês e à necessidade de desenvolvimento econômico de alta qualidade, a China vai aumentar de forma significativa as compras de bens e serviços dos EUA. "
O comunicado conclui negociações conjuntas realizadas na quinta e na sexta-feira entre os dois países, que incluíram vários secretários de gabinete dos EUA e o vice-primeiro-ministro do Conselho de Estado da China, Liu He.
O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou adotar tarifas sobre até 150 bilhões de dólares em bens chineses para combater o que ele diz ser apropriação ilegal por Pequim de tecnologia norte-americana. Pequim ameaçou retaliação, incluindo tarifas sobre algumas das maiores importações dos EUA, incluindo aeronaves, soja e automóveis.
Trump fez da redução do déficit comercial entre os EUA e a China uma das principais promessas de sua campanha. Washington exigiu que a China reduzisse seu superávit comercial em 200 bilhões de dólares, número que a maioria dos economistas diz ser impossível de alcançar.
Alcançar uma redução de 200 bilhões de dólares no déficit comercial entre EUA e China de forma sustentável exigirá uma forte mudança na composição do comércio entre os dois países, o que provocou ceticismo entre economistas. O número é maior do que todas as exportações anuais agrícolas e de petróleo dos EUA.