Economia

China começa a retomar compras em mercado global de petróleo

Em menos de dois meses, a Opep+ deve decidir se vai eliminar gradualmente os cortes de produção, feitos por causa da pandemia de covid-19

A China está absorvendo barris em um ritmo sem precedentes (Pramote Polyamate/Getty Images)

A China está absorvendo barris em um ritmo sem precedentes (Pramote Polyamate/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 15 de outubro de 2020 às 15h54.

Última atualização em 15 de outubro de 2020 às 16h28.

A recuperação do mercado global de petróleo em meio à pandemia de covid-19 era visível do espaço, caso o observador soubesse onde olhar: apenas dois meses depois de os preços do petróleo caírem abaixo de zero, um grande número de superpetroleiros navegava para os portos da China um reflexo das compras de tradings do país que aproveitavam barris a preços baixos.

Agora, o mercado físico de petróleo, onde os barris reais são comercializados, aposta que clientes chineses voltarão a marcar presença. Na verdade, alguns já começam a entrar no mercado, depois de desacelerarem as compras em agosto e em setembro para absorver o volume recorde de petróleo que compraram no início do ano.

“A China está absorvendo barris em um ritmo sem precedentes”, disse Michael Tran, estrategista de commodities da RBC Capital Markets. O país “apresentou uma impressionante recuperação pós-covid, desempenhando indiscutivelmente o papel mais importante para ajudar a reequilibrar o mercado global de petróleo”.

Para a Arábia Saudita, a Rússia e o restante da aliança Opep+, a China é fundamental para seus planos. Em menos de dois meses, o cartel deve decidir se vai eliminar gradualmente os cortes de produção, potencialmente adicionando 2 milhões de barris por dia de oferta extra em janeiro. Sem a demanda extra da China, o mercado terá dificuldades para absorver esse petróleo.

Operadores físicos de petróleo das Américas, Europa, Rússia, África Ocidental, Mediterrâneo e Mar Negro dizem que as importações da China têm sido moderadas recentemente, embora com sinais de aumento das compras para entrega a partir de janeiro. Além disso, o mercado soube nesta semana que um braço da megarefinaria chinesa Rongsheng Petrochemical comprou pelo menos 7 milhões de barris de petróleo do Oriente Médio para sua unidade ampliada na província de Zhejiang.

Se as compras da China forem retomadas após o feriado da Semana Dourada no início deste mês, especialmente com margens de refino aparentemente mais saudáveis, isso poderia sustentar os diferenciais para o petróleo Espo do leste asiático e Omã do Oriente Médio, disse a Energy Aspects em relatório de 12 de outubro.

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