Crescimento econômico: Cepal revisa projeções para a América Latina em 2024 (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Agência de Notícias
Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 15h47.
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) anunciou nesta quarta-feira, 18, em Santiago, no Chile, uma revisão otimista para o crescimento do PIB regional em 2024. A previsão passou de 1,8% em agosto para 2,2% agora. Para 2025, a expectativa é de uma expansão de 2,4%, um leve ajuste de 0,1 ponto percentual em relação à estimativa anterior.
Apesar da revisão, o relatório "Panorama Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe 2024" alerta que a região continua presa em uma “armadilha de baixa capacidade de crescimento”. Segundo a Cepal, as taxas projetadas permanecem modestas, impulsionadas principalmente pelo consumo privado, enquanto o investimento desempenha papel menor.
Na última década, o crescimento médio anual foi de apenas 1%, o que resultou em uma estagnação do PIB per capita. O secretário-executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs, sugeriu medidas para enfrentar esse cenário. Entre elas, destacou a necessidade de mobilizar recursos financeiros de forma eficaz e de fortalecer a capacidade produtiva no médio e longo prazo.
O relatório também trouxe previsões para a inflação regional, que deverá fechar 2024 em 3,4%, abaixo dos 3,7% registrados em 2023 e do pico de 8,2% atingido em 2022, durante a pandemia de covid-19.
Os países com maior crescimento econômico em 2024 serão Venezuela (6,2%), República Dominicana (5,2%), Paraguai (4,2%) e Costa Rica (4,1%). No outro extremo, Cuba (-1%), Argentina (-3,2%) e Haiti (-4%) são os únicos com projeção de queda no PIB.
A América Latina cresceu 6,9% em 2021, impulsionada pela recuperação pós-pandemia, mas desacelerou para 3,7% em 2022 e deverá fechar 2023 com um crescimento de 2,3%.
Para 2024, Brasil (3,2%), Chile (2,3%) e México (1,4%) aparecem com números positivos, mas abaixo do desempenho necessário para superar os desafios estruturais da região.
No fechamento do relatório, a Cepal reforça a importância de investimentos para reduzir desigualdades e sustentar o crescimento.